Centenas de jovens de todo o Brasil acampados em Brasília em frente ao Congresso Nacional. No plenário do Congresso, o debate acalorado entre os parlamentares. As galerias, com jovens que cobravam a derrubada da PEC 171. Aqueles que não conseguiram entrar para as galerias, inundaram os corredores do Congresso Nacional. Sentados no chão ouvindo atento ao som que transmitia os debates, esperavam pela votação. Enquanto não saía o resultado, um longo silêncio ganhou as galerias e os corredores. Quando o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, com um rosto amargo proclamou o resultado, as galerias e corredores explodiram em festa. Por 303 votos a favor e 184 contra, foi rejeitada a proposta da redução da maioridade penal. Na madrugada do dia 1º de julho de 2015 e em boa parte do mundo, havia comemoração.
Um dia histórico para o País, que, talvez, só conseguiremos avaliar tal resultado, décadas depois.
Essa derrota do setor conservador foi devida à intensa participação dos setores progressistas e da juventude brasileira, disputando conceitos e ideias sobre o tema tão transversal que é a juventude.
O que aconteceu na madrugada do dia 1° julho de 2015, deve ser lembrado com tamanha importância que como o que ocorreu quando o corsário francês Jean François chegou ao Rio de Janeiro em 1710, com seis navios e mil soldados, pensando que a tomada da cidade seria fácil. Pouco tempo depois, a invasão foi dominada por tropas do governador Francisco de Castro Morais, tendo a maioria de jovens negros, índios e estudantes. A derrota da PEC 171 se equipara em fato histórico com a Inconfidência Mineira, quando jovens liderados por Tiradentes defendiam a independência do país, assim como Castro Alves e sua geração, que já declamavam em poesias e versos a luta pelo fim da escravidão. Poderia ficar aqui contando os fatos históricos em que os jovens tiveram papel fundamental, como a luta pelo Petróleo é Nosso, pela entrada do Brasil na 2° Guerra Mundial contra o nazifascismo, a luta contra a ditadura militar e assim até os dias de hoje.
A PEC da redução da maioridade penal é a tentativa dos nossos políticos tirarem dos ombros, a responsabilidade de construir políticas de Estado e estruturantes em todos os setores da sociedade para que as nossas crianças e jovens tenham a oportunidade de contribuir com a nossa nação. Mas os defensores da PEC 171 preferem os jovens discriminados, criminalizados e postos de escanteio. Os jovens amargam o não aproveitamento do melhor de sua criatividade e energia na imensa fila dos desempregados. A placa de “NÃO HÁ VAGAS” é a senha da exclusão e marginalização da juventude.
Será preciso continuar na luta para que consigamos transformar o Brasil e cuidarmos mais da nossa juventude. E a juventude estará na linha de frente dessa batalha.
A nossa vitória não será por acidente!
PABLO RODRIGO é jovem, pai do Lucas e editor de Política do jornal Diário de Cuiabá
Alexandre
Quinta-Feira, 02 de Julho de 2015, 16h57Alexandre
Quinta-Feira, 02 de Julho de 2015, 13h37GOUVERNEMENT
Quinta-Feira, 02 de Julho de 2015, 12h08Alexandre
Quinta-Feira, 02 de Julho de 2015, 12h03