Opinião Sábado, 05 de Abril de 2014, 10h:18 | Atualizado:

Sábado, 05 de Abril de 2014, 10h:18 | Atualizado:

Francisco Faiad

Hora de defender outra soberania

 

Francisco Faiad

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O Brasil acaba de registrar uma das datas mais significativas de sua história: os 50 anos do golpe militar. Tempos difíceis, de muita amargura, dúvidas e medo. O domínio do Estado pela força deixou – por mais que às vezes possa não aparentar – muitas sequelas. As marcas ficaram em algumas centenas de famílias, que perderam seus entes nos porões da tortura, além das mortes nas guerrilhas, nas lutas armadas. Porém, os efeitos do golpe são sorrateiros e lancinantes do ponto de vista da formação da sociedade mais justa, humana e democrática. Que o diga a censura! 

Enfim, de qualquer forma, o Brasil sobreviveu. As forças retornaram ao seu lugar, na caserna. Cumprem a missão mais relevante. Todavia, precisam sair de onde estão. Urgentemente!!! 

A função das forças armadas está na garantia da soberania nacional, dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, salvaguardando os interesses nacionais, e cooperando com o desenvolvimento nacional e o bem-estar social. Porém, está passando – ou já passou – da hora dessas atitudes complementares destinadas aos militares por força de lei saírem do papel e passarem à prática. Precisam ser letras vivas. 

A soberania brasileira está sob grande risco. Sim, não mais pela força das armas de outros países. Até porque os nossos vizinhos, em verdade, a grosso modo, não seriam hoje ‘páreos’ para uma disputa militar contra o Brasil. Seus exércitos, por qualquer que seja a circunstância, não ousariam cruzar nossas fronteiras. Mesmo porque a força do Brasil está mesmo na sua diplomacia de alto nível, respeitada em todo o mundo. Por aqui, no bom português, resolvemos tudo na conversa. Mas, a soberania nacional está, sim, sob risco. 

Nossos vizinhos, em verdade, não produzem medo pelas as armas, mas, sorrateiramente, estão nos destruindo. O tráfico de drogas transformou o Brasil em uma das vias mais bem pavimentadas para abastecer o mercado internacional. De quebra, nossa grande população de jovens acaba sendo presa fácil para esse modo de se destruir uma sociedade. Dados da Polícia mostram claramente que 80% das ocorrências de roubo – alguns seguidos de mortes – são de jovens envolvidos com o consumo de entorpecentes. Roubam e até matam para ‘sustentar’ seus vícios e pagarem seus ‘fornecedores’. 

Mato Grosso, em verdade, acaba de sofrer um duro golpe com a decisão do Exército em desativar destacamentos na fronteira com a Bolívia. O tráfico comemora. Ora, se aqui é o grande corredor para os ‘negócios’ deles, o que estariam planejando nossos estrategistas militares? É de se questionar! 

Abro parênteses para dizer: Bravos são os homens que integram o Grupo Especial de Fronteira da Polícia Militar, o Gefron, que, sabedores da forma drástica e destruidora do tráfico sobre os jovens do Estado, tentam vigiar a ação pesada dos traficantes. Voltando ao Exército!: tais destacamentos, em funcionamento, já não eram suficientes para afugentar os traficantes, mesmo com a ajuda da gloriosa PM, através do Gefron. E a explicação é lógica: nossa fronteira com a Bolívia, principal produtor da pasta-base de cocaína e seus subprodutos, como o crack e outras drogas mais destrutivas, é formada por linha seca e pelo Pantanal. Ou seja, naturalmente frágeis, fáceis de serem devassadas. 

Por isso, creio que é preciso que a sociedade como um todo, não apenas as autoridades, se una através dos mais variados sistemas – inclusive das redes sociais – para cobrar dos governantes uma ação dura na fronteira. É preciso esburacar a via do tráfico de drogas. 

Em outras palavras, precisamos garantir a soberania do nosso país a partir da defesa de nossas famílias contra os traficantes que infestam bares, boates, ruas, avenidas, porta de escolas, enfim... Em Mato Grosso, onde se vai existe um traficante de plantão. Exemplo são as ‘bocas de fumo’ que funcionam em tempo integral nos bairros e também as cracolândias que se proliferam pela cidade. Atitudes que estão transformando dependentes químicos em ‘farrapos humanos’ e criando ‘zona de exclusão’, livre para os traficantes. 

É possível combater esse mal. Que o Exército volte a ocupar as fronteiras e debelar as mais variadas formas que o tráfico utiliza para minar nossa soberania, através da condenação à morte da nossa sociedade pela dependência das drogas. De nada vai adiantar ‘fechar’ os morros do Rio de Janeiro se a estrada está aberta e livre. 

*FRANCISCO FAIAD é advogado em Mato Grosso e ex-presidente da OAB 

 





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