Opinião Sexta-Feira, 07 de Agosto de 2015, 08h:00 | Atualizado:

Sexta-Feira, 07 de Agosto de 2015, 08h:00 | Atualizado:

Emanuel Pinheiro

Insegurança Pública

 

Emanuel Pinheiro

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A população da Região Metropolitana de Cuiabá já não aguenta mais conviver com a onda de insegurança instalada em Mato Grosso. Ultimamente a onda de vingança popular, ou rebeldia, ou insatisfação com a impunidade do Estado ou como qualquer outra forma que você conceitue, ganha cada vez mais espaço nos noticiários e nas mídias sociais.

As pessoas em geral possuem o sentimento de que a melhor justiça é feita com as próprias mãos e que torna o Brasil campeão da crueldade. O país tem uma média de um linchamento por dia. Os dados são do pesquisador Souza Martins, que investiga há 20 anos os linchamentos no Brasil. Nos últimos 60 anos, um milhão de brasileiros participaram de linchamentos.

No Centro de Cuiabá há poucos meses um homem de 47 anos foi detido na região central e teria apanhado de populares depois que um sargento da Polícia Militar considerou que ele estava em “atitude suspeita” na Rua 13 de Junho e associou ao estuprador foragido que está sendo procurado - pela polícia de Mato Grosso e de outros Estados - sob acusação de pelo menos 29 estupros.

Conforme informações divulgadas pela imprensa foi preciso reforço policial para impedir que o homem fosse linchado por populares que se aglomeraram no local com intuito de agredi-lo. Enfim, foi descartada a suspeita de que ele seria o maníaco sexual, bem como qualquer hipótese de crime. Segundo informações da ocorrência, o rapaz seria morador do bairro Santa Helena e possivelmente, usuário de drogas. No boletim consta ainda que o rapaz não teria passagem criminal pela Polícia. 

Ora, aonde está o poder do Estado? Caso não tenhamos um Estado forte, justo, ágil e capaz de usar a jurisdição para resolver os conflitos como a sociedade deseja, por que não dar à sociedade o direito de resolver os seus problemas sem a honra do Estado? Isso de fato nos remete ao estágio dos primórdios em que o famoso olho por olho e dente por dente era mais eficaz que os Artigos da Constituição.

O propósito aqui não é saciar a sede de vingança. Precisamos mais saber até onde a justiça popular é justa. O descrédito com o Poder Judiciário, trás como consequência o aumento no número dos justiceiros.

Vejo o esforço do governo que está reforçando a ação repressiva, mas só isso não basta. Enquanto não houver um planejamento a longo prazo, a situação não mudará realmente. É necessário oferecer condições de igualdade para acesso aos estudos, para que assim todos possam ter as mesmas condições de ingressar em ótimos locais de trabalho. Acima de tudo, a mudança que se espera está na Educação. É um processo demorado por aqui, mas que precisa ter início. O governador certa vez disse que Mato Grosso terá mania de Educação. Afinal, estamos todos ansiosos pela transformação.

Emanuel Pinheiro é deputado estadual pelo Partido da República

 





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