Opinião Quarta-Feira, 30 de Abril de 2014, 11h:44 | Atualizado:

Quarta-Feira, 30 de Abril de 2014, 11h:44 | Atualizado:

Alecy Alves

Malabarista

 

Alecy Alves

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Apesar de exercitar o malabarismo há décadas nas mais diversas situações cotidianas, como trabalhadora, ao tentar equilibrar renda e dívidas; mãe, na atenção e cuidados aos filhos, dona de casa, nos afazeres domésticos, digo que não escolhi ser malabarista.

Não foi uma escolha, verdade, mas estou, assim como tantos outros cuiabanos e várzea-grandenses, me tornando uma malabarista de mão cheia. Profissional na categoria: malabares de solo. Claro que não para encantar o público, especialmente as crianças nos espetáculos circenses ou nas esquinas da vida, mas para sobreviver.

Explico: seja de carro, moto, bicicleta ou mesmo a pé, é preciso fazer malabares continuamente pelas ruas e desvios dessas duas cidades outrora encantadoras. Haja sorte e proteção divina pelos caminhos da capital mato-grossense, uma das sedes da Copa de 2014.

Em dia de chuva, pior ainda. Nunca, na história desta cidade, como diria nosso ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, vi e tive de fugir, ou melhor, tentar, de tantos buracos.

Tornou-se redundância dizer que caiu em um buraco quando voltava para casa. E, por mais que a prefeitura tape, as crateras surgem em outros pontos. O asfalto velho e sem manutenção não suporta o trânsito pesado desviado para vias antes secundárias.

Se olharmos a cidade do alto ficamos ainda mais tristes e desanimados. Lá de cima Cuiabá é um infinito buraco. A cidade está revirada, de cabeça para baixo, a menos de 50 dias dos jogos da Copa. Quer dizer, da chegada dos milhares de turistas que para aqui, acredita-se, virão assistir aos jogos e conhecer nossas belezas naturais.

Se não fomos capazes de executar os projetos em quatro anos, com certeza não conseguimos em 50 dias. Nenhuma obra, a exceção da Arena Pantanal, assim mesmo sob pressão continua, ficará pronta para a Copa.

O pior é que ainda temos que ouvir, no meu caso reproduzir em reportagens, afirmações que contrariam a realizada. “Não seja pessimista, vamos concluir a maioria das obras. Sim, um trecho do VLT ficará pronto para a Copa”.

E no pós-Copa, o que esses mesmos gestores vão nos dizer? Nada? Simplesmente desfazer a estrutura onerosa organizada para administrar os projetos do mundial e abandonar o barco? Deixar a cidade afundada na lama das crateras das obras e das dívidas contraídas para obras?

ALECY ALVES é jornalista em Cuiabá

 





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