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No último dia 8 de maio, completaram-se dois anos da morte de Rita Lee. Essa data não pode passar em branco. Rita não foi apenas uma cantora de sucesso, foi uma figura fundamental para a transformação da música brasileira e para a valorização da mulher na cultura nacional.
Começou sua carreira nos Mutantes, nos anos 1960, sendo a única mulher da banda. Não era fácil ocupar esse espaço em um ambiente dominado por homens. Acabou sendo expulsa do grupo e, paradoxalmente, esse episódio se tornou um ponto de virada em sua trajetória. A partir daí, Rita Lee construiu uma das carreiras solo mais bem-sucedidas e influentes da música brasileira.
Rita foi pioneira em muitos aspectos, foi uma das primeiras artistas a abordar temas como liberdade sexual e crítica social em suas letras, sempre com leveza, ironia e inteligência. Usava o palco e a mídia como plataformas para desafiar padrões estabelecidos, em um Brasil que atravessava censura, ditadura e conservadorismo.
Mesmo sem gostar do título de “rainha do rock”, é inevitavelmente reconhecida como tal, não apenas pelo estilo musical, mas pela postura, uma mulher que tomava as rédeas da própria carreira, escrevia suas músicas, enfrentava o sistema e fazia tudo isso com autenticidade e carisma.
Mais do que isso, abriu caminhos, e talvez esse seja seu maior legado. Se hoje temos uma cena musical com mulheres ocupando o centro do palco, escrevendo, produzindo e comandando suas próprias trajetórias, muito disso se deve à coragem e ao pioneirismo de Rita Lee.
Sua influência vai além da música. Rita foi símbolo de irreverência, liberdade e independência. Escolheu se afastar da vida pública em seus últimos anos, mas nunca deixou de ser relevante. Até hoje, suas músicas continuam presentes nas rádios, na televisão, nas festas e nos fones de ouvido.
Para quem deseja conhecer mais sobre sua trajetória, a plataforma Max acaba de lançar o ótimo documentário “Rita Lee: Mania de Você”, com imagens inéditas e relatos pessoais, incluindo uma carta emocionante escrita por ela aos filhos e ao marido, Roberto de Carvalho. É uma oportunidade valiosa para compreender a dimensão dessa artista.
Falar de Rita Lee é falar de uma mulher à frente do seu tempo. É reconhecer que sua contribuição vai além da música. E, por isso, é tão necessário falarmos de Rita Lee... para sempre!
Bruno Moreira (@obrunocos) é publicitário e gestor de marketing.
Luan arruda
Quarta-Feira, 14 de Maio de 2025, 11h04