Opinião Sábado, 14 de Dezembro de 2024, 20h:37 | Atualizado:

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Wellington Fagundes

Reforma tributária: Por que votei contra?

 

Wellington Fagundes

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O Brasil necessita, sem dúvida, de uma reforma tributária. Nosso sistema atual é complexo, ineficiente e injusto. Entretanto, votar a favor de qualquer proposta que leve o rótulo de “reforma” sem avaliar profundamente seus impactos seria irresponsável. Por isso, manifestei meu voto contrário à proposta aprovada no Senado Federal.

Minha decisão foi baseada em critérios técnicos e na defesa de princípios fundamentais, como a proteção aos pequenos empreendedores, a classe média e a população de baixa renda. A proposta, da forma como foi apresentada, traz consigo uma série de falhas que comprometem sua eficácia e equidade.

Em primeiro lugar, precisamos encarar a realidade: o aumento da carga tributária já está desenhado. Estudos do próprio governo mostram que a unificação dos tributos e a redistribuição da arrecadação entre União, estados e municípios não reduzem impostos de forma significativa. Ao contrário, setores vulneráveis, que já sofrem para manter suas atividades, podem ser ainda mais penalizados.

Outro ponto que merece atenção é o longo período de transição previsto na proposta, que pode durar décadas. Esse intervalo cria um ambiente de insegurança jurídica e dificuldades administrativas. Setores econômicos menores, sem estrutura para se adaptarem a mudanças frequentes, serão especialmente prejudicados.

Há, ainda, a questão da regressividade. Nossa estrutura tributária atual já penaliza quem tem menos renda, com impostos altos sobre bens e serviços básicos. A proposta não resolveu esse problema. Continuamos sem medidas concretas para a tributação da desoneração de itens essenciais, perpetuando a desigualdade no sistema.

Adicionalmente, destaco os riscos à autonomia federativa. A centralização da gestão dos tributos enfraquece estados e municípios, que perderão flexibilidade para atender às necessidades locais. Essa mudança compromete o pacto federativo, essencial para o equilíbrio da federação brasileira.

Embora contrário ao texto atual, sou um defensor da modernização do sistema tributário. Porém, essa transformação deve ser feita com responsabilidade, garantindo que a carga tributária não aumente. Precisamos proteger os pequenos negócios, promover a progressividade — tributando mais quem pode pagar mais — e estabelecer prazos de transição claros e factíveis.

A verdadeira reforma tributária deve simplificar sem sufocar, modernizar sem onerar e respeitar o pacto federativo. Meu compromisso é com uma proposta que beneficie todos os brasileiros, especialmente os mais vulneráveis, e com um sistema tributário mais justo e eficiente.

Essa luta ainda não terminou. Continuarei trabalhando para que o Brasil tenha uma reforma tributária que atenda às reais necessidades da nossa sociedade.

Wellington Fagundes é Senador da República por Mato Grosso (PL/MT)





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Comentários (3)

  • Emmanuel

    Segunda-Feira, 16 de Dezembro de 2024, 11h18
  • retirado do texto, o nobre, relata sobre o seu compromisso com uma proposta que beneficie a todos os brasileiros e em especial os mais vulneráveis. E finaliza prometendo trabalhar em prol de uma reforma que realmente atenda as necessidades da sociedade. poxa vida, é muita crueldade com as quais as pessoas que estão sofrendo, passando necessidades, sem direito a saúde, a educação, assistência social, como alguém é capaz de ser tão cruel. É claro, todo mundo sabe e vê o quanto as instituições se perderam no seu propósito. O legislativo e suas emendas secretas, o judiciário e suas decisões de ocasião, o executivo com sua ineficiência, todos em maior ou menor grau só tem olhares para a manutenção de privilégios e ganhos pessoais. Enquanto isso não for dito e reconhecido pela população não temos chance de mudar. Para uma mudança temos que reconhecer e começar uma mudança que se inicia em cada eleitor que deve parar de criticar de forma generalizada como uma forma de se ausentar do processo e ser critico, pq não votar em quem faz algo pela sociedade, trabalho voluntario, projeto social, lideres de comunidades, acredito que chega de empresarios, grandes produtores, construtores, juizes, enchemos os parlamentos desse perfil e tudo piorou. Eles convivem entre eles na alta sociedade, se defendem e defendem seus interesses. sobre o texto é um copia e cola que voce pode encontrar em qualquer site dito por qualquer vereador, deputado, prefeito, governador ou presidente.
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  • Marcus

    Domingo, 15 de Dezembro de 2024, 08h57
  • Mas taxar os impostos aos mais ricos o Sr é contrário ai fala em defender os mais pobres, vota contra isenção IR ate 5 mil, só conversa e faz o contrario
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  • Ana VG

    Sábado, 14 de Dezembro de 2024, 22h21
  • Porque não rolou emenda?
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