Opinião Quarta-Feira, 17 de Março de 2021, 09h:49 | Atualizado:

Quarta-Feira, 17 de Março de 2021, 09h:49 | Atualizado:

Jorge Maciel

Ruy Pinheiro "eternamente"

 

Jorge Maciel

Compartilhar

WhatsApp Facebook google plus

Jorge Maciel

 

Em um dos seus muitos livros, o multigraduado Roberto Shinyashiki, psiquiatra, empresário, e doutor e administração e economia, ensina que “tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado”. Talvez  Ruy Pinheiro nem tenha lido Shinyashiki, mas enquadra-se perfeitamente às suas concepções.

O profissional

Conheci Ruy Pinheiro em 1987, quando os corretores de imóveis eram filiados a uma diminuta e inexpressiva associação. Ruy já era um dos membros-fundadores da entidade e recém chegado ao grupo. Nessa época, as transações imobiliárias eram feitas nos botecos, esquinas bancos de praças e o corretor de imóveis era, em linha geral e coletiva, visto como um “biqueiro”, “mascate”, sem uma coordenação central, sem regras, sem oferecer segurança aos negócios. Tempos depois, começou a liderar o grupo.

E ele não demorou para mostrar, na prática, o que era sonho e o que poderia ser realidade. O inquieto Ruy Pinheiro, rapidamente, valendo-se da legislação já existente, marchou com um grupo para Brasília e logo transformou aquela embrionária associação em delegacia, depois, finalmente, em conselho.

Nos nove mandatos, um por intervenção federal e outros oito por aclamação ou eleição direta, Pinheiro construiu a sede da Benedito Leite, no bairros do Porto, ao tempo em que implantou o modernização do Creci-MT e a moralização do mercado, com arrojado apelo à fiscalização – que não existia. O trabalho foi tão produtivo que Mato Grosso foi pioneiro nacional na implantação dos cursos médios de TTI, que freou a atividade dos ‘picaretas’ e amadores e tornou a atividade definitivamente profissional no Estado.

Um pouco à frente, com renovado pioneirismo, Ruy criou os cursos de graduação universitária, atraindo milhares de bons nomes à profissão, quando chegaram também médicos, advogados, administradores de empresas à uma profissão sempre promissora e, agora sim, como fruto do seu trabalho, uma atividade segura e moralizada.

Com Ruy à frente do Creci-MT, houve sistematização eletrônica dos dados, dezenas de cursos, treinamentos e convênios, madureza dos colaboradores e criação de departamentos. Durante alguns anos, o Creci-MT figurou dos mais modernos do Pais em tecnologia da informação entre os 27 conselhos regionais. As oito eleições vencidas traduzem quem foi Ruy para o mercado imobiliário mato-grossense. No seu último mandato, começou, construiu e entregou uma das mais belas sedes (na avenida André Maggi) de todos os Creci’s brasileiros. Para Pinheiro, mesmo com todo volume de trabalho e resultados, o “muito sempre era muito pouco”, como já escreveu Caetano Veloso, na música “Muito”.

Ruy na vida como ela foi

Como filho, irmão, pai e esposo, Ruy era amado e venerado pelos seus. Simples assim. O direto e estressado chefe Ruy Pinheiro era um ‘paizão’ capaz de levantar às 03h00 da madrugada para acudir um dos seus funcionários ou livrá-los de um impasse – até em blitz de trânsito.  No trabalho, exigente, fora dele, Ruy era um festeiro, criou eventos anuais para venerar os da profissão, era tocador de tan-tan, chopeiro, dançeiro, sambista inveterado e dublê de cantor. Em resumo, era um “marrento” de bem com a vida.

Hoje, lá se vão sete dias sem ele entre nós.  Dizem que deve-se, em vida,  plantar uma árvore, ter filhos e escrever um livro. Ruy o fez (editou revistas). Também dizem que morremos na vida e vivemos na eternidade. Assim, enquanto lembrarmos ou pronunciarmos o seu nome, teremos a certeza de que ele será para sempre, passeando na eternidade.

JORGE MACIEL -  Jornalista em Cuiabá, foi assessor de Imprensa do Creci-MT por 23 anos

 





Postar um novo comentário





Comentários

Comente esta notícia








Copyright © 2018 Folhamax - Mais que Notícias, Fatos - Telefone: (65) 3028-6068 - Todos os direitos reservados.
Logo Trinix Internet