Opinião Quinta-Feira, 07 de Maio de 2015, 08h:08 | Atualizado:

Quinta-Feira, 07 de Maio de 2015, 08h:08 | Atualizado:

Rosana Leite

Trabalho igual, salário igual

 

Rosana Leite

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Este é o slogan de uma importante campanha lançada pela BPW em todo o mundo, clamando pela conscientização do trabalho igual, salário igual para as mulheres.

Aliás, toda soberania reside essencialmente na nação. E o que é nação, senão a junção de homens e mulheres? A diferença sexual, ou de gênero, não pode justificar a altercação de salários entre homens e mulheres.

A cidadania deve perpassar pela solidariedade, democracia, direitos humanos e ética. E como separar a ética da educação? Como transformar as criaturas, mostrando-as que o próprio Criador começava a pregar a igualdade quando ofereceu a outra face?

Para muitos, oferecer a outra face é apenas sinônimo de passividade, humildade, ou, quem sabe, coragem! Entendo de forma diversa. Ofertar a outra face é mostrar que todos somos iguais. Os dois lados do rosto podem ser machucados da mesma forma com a ofensa.

Por óbvio, clamamos por equidade. E ela pode ser enxergada se as atividades desenvolvidas entre homens e mulheres não são equânimes? Se a mulher possui jornada dupla, tripla, e por aí afora, quando tenta desempenhar atividade fora do lar, a balança da justiça estará capenga. Digo isso, pois, diminuir as atividades no lar, é ganhar autonomia econômica. Garantir creches em período integral pelo Poder Público, é garantir o direito da mulher desempenhar o labor de forma mais livre. Garantir, outrossim, creches em períodos de férias escolares, também é garantir isonomia para o trabalho.

A mulher, de outro turno, deve se preparar com instrução, a fim de não barrar o progresso que estamos vivenciando. A cidadania ainda está sendo “gestada” no Brasil, pois, se precisamos de campanhas, leis, e ações afirmativas em benefício dos vulneráveis, para garantir direitos mínimos, aguardamos o “nascimento” da “criança”.

Houve a exclusão das mulheres por longos anos, atribuindo a elas apenas alguns papéis. Ocupações de destaque eram guardadas aos homens. Ficamos por longos anos no banco do passageiro, esperando o dono do volante direcionar as ações de valia para o mundo do trabalho. 

A solidariedade deve nos direcionar a agir de forma diversa. Há necessidade de ampliar a presença das mulheres em cargos de chefia e direção. O labor deve ser remunerado da mesma forma para ambos os sexos, inclusive, livre de disfarcesgratificações capazes de fazer a diferença remuneratória. O papa Francisco, que sem dúvida é pop, manifestou a sua opinião sobre o tema: “a discrepância é um escândalo”.

Rosana Leite Antunes de Barros é Defensora Pública e Presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso.  

 

 





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Comentários (1)

  • Fran.CO

    Quinta-Feira, 07 de Maio de 2015, 12h24
  • Muito bem, DOUTORA. É preciso mesmo alguém lutar pelas mulheres neste mundo cheio de discriminação. Mas eu, por exemplo, sou casado há 46 anos com a mesma mulher com a qual tenho três filhas que se formaram na UFMT, estudaram muito e passaram em concursos públicos e, cada uma delas, ganha o DOBRO do que eu ganho, que também me formei numa Universidade Federal, Então, a maior luta que as mulheres devem enfrentar mesmo, é os ESTUDOS.
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