O advogado e servidor público do Estado, Caio Lemes Lopes Nascimento, filho do vereador por Várzea Grande, Jânio Calistro (UB), é o passageiro do Hyundai Creta que trocou de lugar com a comerciante Camila Soligo Damian após o atropelamento que matou a cozinheira Márcia Regina da Silva, de 53 anos. O acidente foi registrado na noite do último domingo (24), em frente ao Várzea Grande Shopping quando Márcia pilotava uma honda Biz e foi atingida pelo Creta de propriedade de Caio, mas que que estaria sendo conduzido por Camila. 

Segundo o depoimento de Camila, ela dirigia o carro de Caio, que é assessor especial na Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat) e também seu cunhado. Ela afirma que ficou nervosa e não permaneceu no local por medo da aglomeração de pessoas na região.

Após o acidente, ela se dirigiu à casa de um padrinho do cunhado. Camila revela que Caio entrou em contato com um ex-professor que é advogado. Ele foi até o local e orientou Camila a se apresentar à delegacia e fornecer sua versão dos fatos.

Na Delegacia Especializada em Delitos de Trânsito (Deletran), ela foi submetida ao teste do bafômetro, que deu negativo para consumo de bebida alcoólica. De acordo com informações da PJC, em seu depoimento, a empresária afirmou que antes do acidente estava na casa do cunhado com sua irmã.

Após o término da partida entre São Paulo e Flamengo, o cunhado pediu que ela levasse o veículo até o Posto Prime para comemorar o título do seu time, o São Paulo. Camila afirma que nunca tinha dirigido o carro do cunhado antes, mas assumiu a direção pois ele e sua irmã haviam consumido bebida alcoólica.

Segundo a versão da motorista, ela estava seguindo pela Avenida Felinto Muller para entrar na Avenida Presidente Arthur Bernardes quando percebeu uma motocicleta à frente. Ela afirma ter acionado os freios, mas o Creta acabou colidindo na traseira da Biz pilotada por Márcia Regina.

Camila relata que, após a batida, ficou assustada e, na tentativa de parar o veículo, acabou confundindo o freio com o acelerador, fazendo com que o carro avançasse contra Márcia Regina, que deixou três filhos. “Que não se recorda de como foi a dinâmica dos fatos a partir deste momento, só se lembrando de ter conseguido parar o veículo alguns metros à frente do local originário da colisão, já na Avenida Presidente Arthur Bernardes; que, todavia, ficou em estado de choque, não conseguindo desembarcar do veículo para ver o estado da vítima; que C (namorado da irmã) então desembarcou pelo lado do passageiro e ao avistar o corpo da vítima caída próximo ao veículo, contornou o automóvel e abriu a porta  do motorista, dizendo a interrogada que ela havia atropelado a vítima e que era para ela passar para o banco do passageiro, pois havia muitas pessoas no local e eles corriam risco; que a interrogada passou para o banco do passageiro, por dentro o veículo, e C. assumiu a condução do automóvel, dirigindo-se até a residência da interrogada", consta em trecho do depoimento. 

O caso segue sob investigação por parte da Deletran.