Com 137 assassinatos registrados este ano, Cuiabá e Várzea Grande têm o maior índice de homicídios desde 2006 e a situação preocupa a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), que inicia um plano estratégico para redução das ocorrências.As estatísticas divulgadas nos últimos 8 anos pela Polícia Civil mostram que 2012 foi o segundo ano mais violento, com 127 mortes entre janeiro e abril.
No mesmo período de 2013 ocorreram 116 assassinatos, enquanto o número de vítimas em 2014 foi contabilizado de janeiro até o fechamento desta edição. Somente nos 10 primeiros dias de abril, ocorreram 27 crimes consumados contra a vida.
O relatório demonstra ainda que a quantidade de mortes em Cuiabá oscila, enquanto em Várzea Grande aumenta gradualmente de um ano para o outro. Titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Silas Caldeira avalia que o quadro de violência nas duas cidades está atípico e preocupante.
Aponta que nos outros anos a média de assassinatos não chegava a 1 caso por dia. Em 2014, até agora, os dados sinalizam para mais de uma ocorrência diária.
Cita que a maioria dos casos tem como motivação algum tipo de envolvimento com drogas, como uso, tráfico, dívida, assalto para manter o vício. Vinganças, rixas e crimes passionais também são frequen-tes. Para tentar controlar a situação, o delegado aponta que vai intensificar as ações de cumprimento de mandado de prisão e propor à diretoria da Polícia Civil que o serviço seja adotado ainda pelas outras delegacias.
A Polícia Militar vai intensificar as rondas, embora entenda que este tipo de crime é de difícil combate.A Sesp afirma que está implementando uma política de gestão por resultados, que prevê a divisão do Estado por regiões e áreas com metas de redução de homicídios e roubos a serem cumpridas pelos comandantes da PM e delega-dos. “O Estado também tem ferramentas de mapeamento de crimes como o Mapa de Kernel (identificação de pontos quentes de criminalidade) para auxiliar na prevenção dos crimes de homicídio”, descreve nota da Secretaria que frisa ainda o investimento no serviço de inteligência e concurso realizado para ampliar o quadro de policiais.
Caldeira destaca que a Polícia está empenhada em combater a situação e prender criminosos que possam a vir cometer homicídios, porém questiona se o Estado tem número de vagas nas unidades prisionais para receber esses presos. “Não adianta desenvolvermos ações e prender os acusados se não tivermos onde colocá-los. Não há possibilidade de deixar um preso dentro de uma delegacia, por exemplo. A segurança pública é feita de forma integrada”.
nei brasil
Sábado, 12 de Abril de 2014, 14h39