O empresário de Cuiabá, Fernando Cruz, dono da Líder Copos, é um dos principais alvos da Operação Antenados da Polícia Civil, deflagrada nesta quarta-feira (7), para desmantelar um grupo especializado na aplicação de golpes por meio de empréstimos fraudulentos. As investigações apontaram que os crimes aconteceram em Cuiabá e provocaram um prejuízo superior a R$ 1,5 milhão.
Os criminosos fizeram 30 vítimas na capital, todas elas idosas, com idades entre 60 e 75 anos. Na operação, foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva, 10 mandados de busca e apreensão domiciliar e 12 mandados de sequestro judicial de bens, valores e direitos, com o alvo no grupo criminoso atuante no estado de Mato Grosso e na cidade de Sorocaba (SP).
Fernando mora em um condomínio de alto padrão localizado na região do Contorno Leste, em Cuiabá, e ostentava uma vida de luxo. Além dele, foram presos, João Alves, Diego Rodrigues Assunção e um criminoso identificado apenas como Gilson.
A operação faz parte do programa de combate às associações criminosas especializadas em contratações bancárias fraudulentas e lavagem de dinheiro, da Delegacia Especializada de Estelionatos de Cuiabá. Durante a investigação, a Delegacia de Estelionatos identificou que sete pessoas integram a organização criminosa, que atua estruturalmente de forma estável, permanente e com divisão de tarefas na prática de golpes contra vítimas idosas do estado de Mato Grosso e de outros estados.
Eles também praticam crimes de falsidade ideológica e lavagem de capitais. Somente em Cuiabá, foram identificadas 30 vítimas, todas idosas, com idades entre 60 e 75 anos, que foram abordadas pelos suspeitos em suas residências. Para obterem as imagens dos documentos e as fotografias das vítimas, os investigados simulavam a entrega de uma antena do programa do Governo Federal Siga Antenado.
Com a documentação, os suspeitos realizavam as contratações fraudulentas de empréstimos consignados, descontados dos benefícios previdenciários dos idosos. As contratações foram todas realizadas pelo prazo de 84 meses e resultaram, para as vítimas de Cuiabá, em um prejuízo de R$ 1,5 milhão.
Com os elementos levantados durante as investigações, a Polícia Civil conseguiu suspender os descontos indevidos que estavam sendo realizados nos benefícios previdenciários de 30 vítimas, que enfrentavam dificuldades financeiras em virtude do não recebimento integral de seus benefícios.
O escritório de golpes estava sediado em uma empresa localizada na Avenida Mato Grosso, em Cuiabá, pertencente ao líder da organização criminosa. Segundo a delegada responsável pelas investigações, Angelina de Andrade Ferreira, os investigados adquiriram bens de alto valor, como veículos valiosos, imóveis e joias, com os lucros obtidos por meio do estelionato. Eles também ostentavam uma vida de luxo com o patrimônio adquirido por meio da prática desses crimes.
“A operação buscou arrecadar os bens de alto valor agregado e os veículos utilizados pelos investigados, adquiridos com os lucros dos crimes, objetivando o sequestro de bens e futura indenização das vítimas idosas e da instituição bancária que os suspeitos usaram para a contratação”, disse a delegada.
A investigação continuará nos próximos dias, com a análise dos dispositivos apreendidos, bem como outras diligências necessárias para a apuração dos fatos. O nome da operação remete ao significado figurado da palavra que dá nome ao programa do Governo Federal que os suspeitos usaram para enganar as vítimas, demonstrando que a Polícia Civil está atenta a esse tipo de ação criminosa e preparada para enfrentá-las de forma qualificada.