Polícia Segunda-Feira, 31 de Março de 2014, 10h:03 | Atualizado:

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'Estamos desamparados', diz primo de morta em casa de câmbio

 

G1

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Pela primeira vez, familiares da jovem Karina Gomes, de 19 anos, comentaram sobre o assassinato dela, no mês passado, em uma casa de câmbio na Avenida Getúlio Vargas, em Cuiabá, onde ela trabalhava. O primo da jovem, que morreu após ser atingida por tiros disparados pela arma de policial militar durante uma tentativa de assalto ao estabelecimento, disse que a família está desconsolada com a perda. No tiroteio, o policial militar Danilo Fernandes Rodrigues, de 27, também foi morto.

Na semana passada, a Polícia Civil divulgou o laudo de balístico que comprovou que os disparos partiram da arma do policial que estava junto com o colega na casa de câmbio no momento em que um rapaz entrou no local com a intenção de cometer um assalto. O crime ocorreu há 35 dias, mas só depois da conclusão do inquérito sobre o caso que a família decidiu se manifestar.

O primo de Karina, Michael Araújo, contou que ela estudava e trabalhava. "Ela que cuidava do pai, buscava o namorado e os pais e iam passear, almoçar fora e viajar. O pai tem um problema de epilepsia e há muito tempo toma remédio. Talvez, pelos remédios, ele já falava pouco e nós temos procurado falar pouco sobre o assunto. A mãe tem sofrido muito, todos os dias. Na verdade, ela [Karina] era a companheira dela para cuidar do pai", comentou Michael.

A principal indignação dos familiares e amigos é em relação à atuação do policial que efetuou os disparos. Michael critica a quantidade de disparos feitos pelo PM contra o assaltante. "Nós percebemos que o policial tentou realizar o trabalho dele, que era impedir o assalto, mas ele não estava preparado para isso. Eu imagino que ele [o PM] deve estar sofrendo tanto quanto nós, porque em sã consciência ele não teria feito isso”, pontuou.

Os familiares de Karina reclamam da forma como o crime está sendo tratado, além dos parentes não terem recebido apoio. “Tem [famílias] de duas pessoas mortas que não receberam qualquer tipo de amparo, nem psicológico ou social. Até hoje não recebemos nenhuma ajuda ou manifestação de apoio e interesse pelo caso”, afirmou.

O corregedor da Polícia Militar de Mato Grosso, Alexander Maia, comentou sobre o caso e o a atuação do policial militar. “O uso da força é uma das disciplinas que ocupam a maior parte da nossa carga horária do curso de formação. Isso nos facilita identificar se houve ou não excesso do policial militar, dado cada caso específico”, disse.

O PM e o ladrão trocaram tiros, que atingiram e mataram Danilo e Karina. O inquérito policial foi concluído e encaminhado ao fórum da capital. No entanto, de acordo com a Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o PM deve responder em liberdade, já que ficou comprovado, no decorrer do inquérito, que ele pretendia atingir o assaltante e não as duas vítimas.

Ele atua na corporação há três anos e estava lotado no 10º Batalhão da Polícia Militar, em Cuiabá. Por causa do crime na casa de câmbio, foi afastado das funções e passa por tratamento psicológico.

Já o suspeito da tentativa de assalto vai responder por tentativa de roubo na casa de câmbio e pelo roubo de três veículos durante a fuga. Ele foi preso dois dias depois do crime, em uma comunidade rural na região de Acorizal, a 59 km da capital.





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