Polícia Domingo, 23 de Fevereiro de 2014, 16h:01 | Atualizado:

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Família cobra conclusão de investigação da morte de deficiente mental por PM em Cuiabá

 

Da Redação

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Quase dois meses após a morte deficiente mental Ademar Silva de Oliveira, 19, pela Polícia Militar, a família da vítima ainda busca respostas e esclarecimentos sobre o que aconteceu de fato no dia 7 de janeiro, quando o rapaz foi abordado por 3 policiais e alvejado na avenida República do Líbano, no bairro Bom Clima, em Cuiabá. O pai da vítima, Ademar de Oliveira, afirma que gravações feitas pelas câmeras de segurança dos comércios da região mostram um carro preto próximo a viatura da PM antes do filho ser alvejado.

Garante que as imagens mostram as pessoas dentro do veículo conversando com os policiais antes do homicídio. E o mesmo carro escuro retorna ao local.

Segundo Ademar, pessoas que trabalham nos comércios na avenida contaram que o jovem não morreu na hora e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) não foi chamado logo depois do disparo. “Me contaram que ele ficou agonizando, passando a mão na cabeça e ninguém tomou nenhuma providência enquanto meu filho morria. Eu quero saber o que aconteceu? Porque mataram meu filho e destruíram a minha família”.

Ademar acusa as polícias Militar e Civil de tratar o caso com descaso e desrespeito. E reclama pelo fato de ter sido chamado de grileiro de terras dentro da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ao chegar para prestar depoimento. “Eu estava despedaçado pela morte de um filho e me acusam de grilagem dentro da delegacia”.

O rapaz era deficiente mental e auditivo, tomava medicamentos desde a infância e era conhecido dos moradores e comerciantes do Bom Clima. Ele foi atingido durante uma abordagem realizada por policiais do 10º Batalhão da PM.

O tiro foi disparado pelo 3º sargento Waldemir, que havia acabado de passar por um treinamento. Após a morte, ele e os outros 2 policiais foram até a Central de Flagrantes onde registraram boletim de ocorrência contra o deficiente.

No documento, o sargento é a vítima. A PM afirma que recebeu comunicado do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) para atender denúncia sobre a existência de um homem armado, que estava ameaçando quem passava pela rua.

Os policiais afirmam que ao chegarem no local viram uma pessoa com as mesmas características informadas e iniciou o procedimento de abordagem. Alegam ter mandado o rapaz parar, mas Ademar colocou a mão na cintura e fez menção de sacar uma arma.

Com isso, o sargento efetuou o disparo. A Polícia afirma ter encontrado uma faca na cintura da vítima.

A família acusa a PM de ter “plantado” a arma. O delegado da DHPP, Geraldo Gerzoni, confirma a existência do vídeo citado pelo pai da vítima e, por meio da assessoria de imprensa, informa que o material foi encaminhado para perícia técnica no dia 21 de janeiro, com o objetivo de esclarecer alguns pontos.

As imagens foram gravadas de um local distante dos fatos e o delegado quer saber se há como identificar o veículo de cor escura, além da conduta dos policiais. Aponta que a Polícia Civil tem interesse em desvendar se houve irregularidade na forma de atuação da PM.

A Corregedoria da Polícia Militar também abriu inquérito para apurar a ação envolvendo os 3 oficiais. Segundo o coregedor-adjunto, major Dalton Luiz Magalhães, o prazo para conclusão é de 40 dias, podendo ser prorrogado por mais 20 dias.

Neste momento, os policiais são investigados e testemunhas são ouvidas. Embora o sargento tenha assumido ser o autor do disparo, o corregedor-adjunto explica que os 3 envovidos na ocorrência são investigados igualmente para esclarecer os fatos adequadamente.





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