Durante o depoimento das 4 menores de idade envolvidas no caso de tortura a uma colega de escola, os pais das adolescentes se surpreenderam com as friezas proferidas nos testemunhos às autoridades policiais. Demonstrando desconhecimento da postura das acusadas, os responsáveis expressaram perplexidade diante da naturalidade com que as filhas confessaram os atos de violência, evidenciando um possível distanciamento entre o comportamento dentro de casa e as atitudes adotadas fora do ambiente familiar.
A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança Pública, Coronel Roveri, durante coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (6).
“Os pais acompanharam as declarações dos adolescentes. Todos eles reagiram com muita surpresa, isso foi repassado pelos delegados na investigação do caso. Faremos um conselho de acompanhamento na família. Por ser uma cidade pequena, tudo é muito próximo, é fácil acompanhar. Mas, haverá sim um acompanhamento”, disse o secretário de segurança.
Apesar da gravidade do ocorrido, o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPMT), que também acompanha as investigações, descartou qualquer sanção administrativa aos pais. Quanto as adolescentes, foi confirmado que as que aparecem no vídeo, publicado ainda na segunda-feira (4), serão internadas em clínicas de reabilitação, mas não decidiram se será em Cuiabá, ou Rondonópolis (212 km de Cuiabá).
Surgiu ainda a informação de que existem outras 20 adolescentes envolvidas no grupo de tortura, que serão investigadas e caso confirmem participações diretas, também responderão sanções administrativas.
Caso
Conforme o GD divulgou, ao menos 20 estudantes foram identificados como membros de um grupo criado inspirado nas facções criminosas e que estava atuando dentro da Escola Estadual Carlos Hugueney.
O fato foi descoberto após uma aluna de 12 anos ser brutalmente agredida por 4 estudantes. O episódio, que tem características de um “salve” - castigo aplicado pela fação, foi registrado em vídeo e espalhado online. O espancamento teria acontecido após a menina descumprir uma das regras do grupo.
Delegado da cidade, Marcos Paulo Batista de Oliveira, contou que assim que recebeu o vídeo convocou as alunas identificadas. Elas foram ouvidas e relataram a existência do grupo. “Talvez, inspirados por essa ‘bandidolatria’, resolveram ali entre eles criar um grupo, definindo regras, líder, disciplina, copiando mais ou menos o que ocorre dentro das facções criminosas”, disse.
Fudencio
Quarta-Feira, 06 de Agosto de 2025, 17h20Justiceiro
Quarta-Feira, 06 de Agosto de 2025, 17h00dito do porto
Quarta-Feira, 06 de Agosto de 2025, 16h56