Submetido a Júri popular nesta quinta-feira (27), Luiz Gonzaga de Souza, que desferiu contra a sua esposa 49 golpes de faca em um bairro de Cuiabá, foi condenado a 19 anos e seis meses de reclusão e oito meses de detenção pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e lesão corporal culposa. Além de matar a esposa, ele também atingiu a filha que no momento do crime tentou defender a mãe.
Durante o julgamento, os jurados acolheram a tese defendida pelo Ministério Público de que o crime, ocorrido no dia 28 de setembro de 2012, foi praticado por motivo torpe, mediante o emprego de meio cruel e com a utilização de recurso que dificultou a defesa da vítima. Consta na sentença, que das 49 lesões provocadas, 15 atingiram a cabeça da vítima, sendo que cinco foram com utilização de força intensa.
“Não obstante, com a vítima caída ao solo o réu armou-se com uma pedra e desferiu-lhe mais dois golpes no rosto, sendo que nem mesmo a intervenção de suas filhas, em favor da mãe, foi capaz de comovê-lo a ponto de cessar as agressões, o que mais ainda demonstra a frieza e insensibilidade do réu. Portanto, dolo intenso mais que configurado”, diz um trecho da sentença.
De acordo com o promotor de Justiça que atuou no júri, João Augusto Veras Gadelha, as circunstâncias do crime também foram desfavoráveis ao réu. “A vida da vítima foi ceifada de maneira bárbara, em plena luz do dia, no quintal da residência em que residiam, na presença de várias pessoas, sendo três delas suas filhas”, afirmou o promotor de Justiça.
Consta na sentença, que as consequências do crime foram gravíssimas. Além de sofrer trauma permanente, as filhas foram entregues ao Conselho Tutelar e passaram vários dias na Casa de Amparo. “Sendo certo que se não fosse a sorte de terem encontrado uma alma generosa que as abrigasse ainda estariam naquele local”, destacou a juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, em parte da sentença.
Segundo a magistrada, o réu confessou o crime e alegou que a prática foi motivada por ciúmes. A Versão foi contestada pelas testemunhas que foram firmes em descrever a vítima como pessoa íntegra, trabalhadora e que não media esforços para cuidar das filhas.