A Polícia Civil concluiu nesta sexta-feira inquérito que culminou na prisão preventiva do chefe de operações da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Várzea Grande, Welington Fernandes. O inquérito conduzido pela corregedoria decidiu indiciá-lo por corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica, advocacia administrativa e porte ilegal de arma de fogo.
Ele é suspeito de chefiar uma quadrilha na Baixada Cuiabana que praticava extorsão, agiotagem e até vendia munições da Polícia Civil para criminosos. O delegado titular da Delegacia de Roubos e Furtos, Francisco Kunze, foi indiciado por falsidade ideológica.
Isso por conta do seu envolvimento na constituição de uma empresa de segurança privada, o que é vedado para servidores públicos. A investigação apurou que essa empresa de vigilância comercializava armas de fogo e munição da Polícia Civil.
Também estão na lista de suspeitos de atividades criminosas o escrivão José Fernandes Nunes de Araújo, o investigador Jucimauro Benedito de Freitas Antunes, José Carlos de Oliveira Guimarães Junior, Benedita Fátima Pimentel Kunze, e Cleberson Rodrigues Sigarini, este último advogado com condenação pela Justiça por participação em esquema de tráfico de mulheres. Também foram indiciados o advogado José Jurandir de Lima Júnior e Tassia Fabiana Barbosa de Lima. Ambos são filhos do desembargador aposentado do Tribunal de Justiça, José Jurandir de Lima.
Por meio da assessoria de imprensa, a Polícia Civil informou que não iria se manifestar a respeito do indiciamento de quatro servidores dos quais se incluem delegados, investigadores e escrivães, pois o inquérito tramita em segredo de Justiça. Em relação à punição na esfera administrativa, foi informado que é aguardada a instauração de ação penal na Justiça para que seja solicitado o compartilhamento de provas que poderão ser usadas pela corregedoria da Polícia Civil, órgão competente para apuração disciplinar dos suspeitos.
Após a conclusão, o inquérito policial foi encaminhado para o Tribunal de Justiça, onde foi distribuído para a 7ª Vara Criminal, de responsabilidade da juíza Selma Rosane Santos Arruda. A magistrada encaminhou os autos ao Ministério Público Estadual (MPE) que avalia se devolve o inquérito para que sejam feitas novas diligências ou se oferece denúncia na esfera criminal de todos os indiciados.
VEJA MAIS
Desembargador barra quebra dos sigilos de advogado e empresa de segurança em MT
AECIO HISTORIADOR
Sábado, 11 de Abril de 2015, 07h30