O tesoureiro do Comando Vermelho, Paulo Witer Farias Paello, o 'WT', terá que cumprir regressão no regime fechado definitivamente. A decisão é do juiz João Francisco Campos de Almeida, da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, e foi publicada na última segunda-feira (27).
W.T é alvo da Operação 'Apito Final', da Polícia Civil. As investigações apontaram que o criminoso 'largou' a tornozeleira em Mato Grosso e rodou o Brasil, ou seja, fraudou as cautelares impostas a ele.
A defesa do tesoureiro argumentou pela pena privativa de liberdade no regime semiaberto, mas, diante da apresentação de relatório da Gerência de Monitoramento que apontou que a tornozeleira do tesoureiro estava desativada desde o dia 29 de março deste ano e outras inúmeras violações, o juiz decidiu pela regressão. O magistrado também citou que o tesoureiro não apresentou qualquer justificativa plausível, demonstrando com isso que não pretendia se submeter às obrigações que lhe foram impostas para permanecer no regime mais brando.
"O penitente deixou de cumprir as condições de seu regime, em especial, o regular uso do monitoramento eletrônico, pois denota-se dos autos, que ele rompeu a sua tornozeleira eletrônica, fato este admitido pelo próprio recuperando, além de possuir diversas outras violações e, PRINCIPALMENTE, se ausentou da Comarca sem autorização judicial, pois foi preso no Estado de Alagoas. Assim, resta evidente o descaso e desinteresse por parte do reeducando em cumprir com as condições impostas no regime semiaberto, as quais não se mostram suficientes para o efetivo cumprimento da pena, razão pela qual, o deliberado e injustificado descumprimento das condições impostas CARACTERIZA FALTA GRAVE e JUSTIFICA A CONDUÇÃO AO REGIME MAIS GRAVOSO", traz trecho da decisão.
APITO FINAL
O sistema da tornozeleira eletrônica apontava que o criminoso Paulo Witer Farias, o W.T, estava em Cuiabá no dia 30 de dezembro de 2023. Porém, a investigação da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) apurou que, no mesmo momento, ele estava a quase dois mil quilômetros de Cuiabá, desfrutando de um fim de semana de lazer e luxo nas praias do litoral catarinense, onde passou a virada do ano e saltou de paraquedas.
Em datas subsequentes, fez viagens às cidades do Rio de Janeiro e Maceió, onde se hospedou em locais de alto padrão, à beira-mar. A movimentação criminosa do investigado consta na documentação reunida no inquérito policial que embasou a operação Apito Final, deflagrada no dia 2 de abril para prender a organização que criou um esquema milionário de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas na capital.
HOTEL DE R$ 70 MIL
Na capital alagoana, ele se reuniu a outros comparsas e se hospedou em um resort urbano, na praia de Jatiúca, uma das melhores localizações da cidade. A proposta firmada com o resort apontava que o grupo participaria de um campeonato de futebol e custeado com dinheiro do tráfico de drogas, o grupo se hospedou em suítes de luxo superior no resort, cuja hospedagem ultrapassou os R$ 70 mil.
Paulo Witer, Andrew, Alex Júnior e Tayrone Fernandes de Souza acompanharam o time “Amigos WT” em um torneio de futebol em Maceió. O time amador foi criado por Witer para dissimular a lavagem de capitais da facção criminosa.