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O médico preso em Barra do Garças, a 500 quilômetros de Cuiabá, acusado de realizar aborto em pacientes, cobrava R$ 10 mil pelo procedimento. No último dia 19, Orlando Alves Teixeira teve a prisão preventiva decretada novamente pela Justiça, após ser denunciado por uma adolescente.
Em depoimento à polícia, a adolescente afirmou que procurou o médico com a intenção de realizar o aborto. Orlando teria então cobrado R$ 10 mil para fazer a intervenção, sendo que R$ 2 mil foram dados de entrada.
No último dia 27 de fevereiro, a jovem foi até a clínica particular do médico e se submeteu ao ato. Porém, nos dias que se seguiram, ela começou a ter sangramentos e chegou a voltar à clínica em mais três ocasiões, onde foi medicada, mas o problema não foi resolvido.
Após isso, familiares da jovem levaram-na até o hospital municipal de Barra do Garças, onde foi constatado que ela estava com uma séria infecção uterina, decorrente de perfuração da parede do útero, promovendo ainda a extração da trompa e do útero.
De acordo com o Ministério Público do Estado de Mato Grosso, Orlando já responde a processo criminal referente à prática de outros abortos, peculato e corrupção passiva e estava impedido pela Justiça de trabalhar no Hospital Municipal da cidade.
O médico também é acusado de cobrança indevida, desvio de medicamentos do Sistema Único de Saúde (SUS) e responde a ação civil pública por ato de improbidade administrativa.
Porém, em março do ano passado, Orlando obteve uma liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ) revogando o mandado de prisão e ficando em liberdade.
De acordo com a polícia, em buscas realizadas na clínica e no carro do médico foram encontradas ferramentas que o comprometem. A adolescente, suposta vítima, também poderá ser responsabilizada pelo crime de aborto.