Polícia Sexta-Feira, 31 de Julho de 2015, 10h:53 | Atualizado:

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FOTOS DE LINGERIE

Modelo acusa fotógrafo de assédio sexual durante ensaio em MT

 

DIÁRIO DE CUIABÁ

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Uma modelo de 22 anos acusa fotógrafo de assédio sexual durante sessão fotográfica, em Rondonópolis (250 km ao Sul de Cuiabá). O fato ocorreu há dois meses, mas veio à tona agora, após a vítima denunciar a violência que sofreu em seu Facebook com os dizeres: “Eu fui estuprada – meu corpo não é um convite”.

A Polícia Civil abriu inquérito contra o suspeito por tentativa de estupro. Alegando cuidados com possíveis questões judiciais, Graziely Lemes não informa o nome do fotógrafo, muito conhecido segundo ela e que já fez inúmeros trabalhos com debutantes, casamentos e “books”, na cidade. “Eu gostaria que o nome dele estivesse em todos os lugares, mas preciso ter cuidado porque, além de querer justiça e não querer que ele faça o mesmo com outras (modelos), preciso tomar alguns cuidados judiciais”, disse.

Ela afirma ainda que não recebeu o devido suporte das autoridades responsáveis a quem recorreu. Por telefone, Graziely contou que foi convidada para fazer um catálogo de lingerie para uma marca com o fotógrafo, com quem já havia trabalhado outras vezes.

As fotos foram feitas na casa de uma colega de ambos. Porém, os donos precisaram sair e, por isso, acabaram ficando sozinhos. “Não importa se havia uma ou mais pessoas. Estávamos trabalhando e ele tinha que respeitar”, desabafa. 

A modelo relata que, ao final, o fotógrafo pediu para fazer outras fotos. Inicialmente, ela hesitou, mas acabou concordando devido à insistência e ao fato de já ter pousado para o mesmo outras vezes. “Feitas aproximadamente dez fotos como queria o fotógrafo, ele abandonou a câmera dizendo que não podia mais. Imediatamente me levantei do banco onde estava e fui me vestir, ele veio atrás de mim pedindo para que eu o beijasse, que imaginava como era minha postura na cama e como me achava atraente”, relata a jovem em sua página. 

Graziely conta que ficou assustada e sequer conseguia olhar para o rapaz, que “já se masturbava”. Ele, então, teria dito “que queria muito realizar suas fantasias e que talvez, se não tivesse ficado sozinho comigo e me visto despida, seria diferente”. “Ora, então a culpa era minha por ter aceitado o trabalho? Por ter me despido na frente de uma pessoa que até então julgava como bom profissional?”. 

Após se vestir e, ao passar pela porta da sala, a modelo afirma que o fotógrafo tentou segurá-la pela cintura. Depois do fato, o suspeito teria mandado uma carta a ela onde confessaria o crime e pedia desculpas. “Munida da carta e acompanhada por uma professora do meu curso, representei o B.O., todavia, o escrivão me perguntou diversas vezes se não havia envolvimento sexual prévio com o agressor (como se isso fosse relevante), se o meu marido me deixava fazer fotos sensuais numa boa e concluiu que, na verdade, ele não ia me estuprar não, que na verdade o cara só havia se aproveitado da situação e como eu não quis acabou dando naquilo, mas que aquilo era coisa de homem mesmo. Demorei muito pra conseguir elaborar tamanha violência tanto do estuprador quanto de quem deveria me amparar”. 

A PC informou que, à época, Graziely foi ouvida e encaminhada para exame de corpo de delito e que não fez qualquer representação quanto à conduta do escrivão. Ainda conforme a PC, a oitiva do fotógrafo já estava marcada e, nos próximos dias, o inquérito deverá ser concluído e enviado ao Ministério Público. 

Após a publicação no Facebook, a jovem recebeu mensagens de outras meninas que alegaram também terem sofrido abuso pelo mesmo indivíduo. Vale lembrar que, com a lei 12.015/2009, o estupro fica configurado não só com o ato sexual propriamente dito, ou seja, pela conjunção carnal, mas com a prática de atos libidinosos a fim satisfazer a lascívia de alguém (homem ou mulher). 

Veja abaixo post de desabafo da modelo no Facebook:

EU FUI ESTUPRADA! 

Há pouco mais de dois meses, fui convidada para fazer um catálogo de lingerie, por um fotógrafo com quem já havia trabalhado algumas vezes. Muitos sabem que venho, a passos lentos, tentando carreira de modelo, paralelamente à psicologia, nesta ocasião, as fotos seriam feitas na casa de uma colega em comum, minha e do fotógrafo citado. Quando cheguei à casa, os proprietários precisaram sair e ficamos sozinhos, ele e eu.

Tudo corria relativamente bem, não fosse o meu desconforto por estar sozinha com um cara que se desculpava por pedir que eu me posicionasse dessa ou daquela maneira, enfim.. ao final das fotos para o catálogo, o fotógrafo pediu para fazer algumas outras fotos, exitei um instante mas concordei em seguida devido sua insistência e ao fato de já ter pousado para o mesmo diversas vezes antes.

Feitas aproximadamente dez fotos como queria o fotógrafo, ele abandonou a câmera dizendo que não podia mais. Imediatamente me levantei do banco onde estava e fui me vestir, ele veio atrás de mim pedindo para que eu o beijasse, que imaginava como era minha postura na cama e como me achava atraente (machismo e racismo )..

Ok, me senti absolutamente desconfortável, já que não havia o menor clima, o menor indício de que poderia rolar algo entre nós, afinal, eu estava ali a trabalho. Neguei seu pedido e continuei o que estava fazendo, tentava me vestir enquanto ele se aproximava fazendo pedidos de natureza sexual, descrevendo desejos e quanto mais eu negava mais ele se aproximava sob a justificativa de que meu corpo expressava o oposto do que eu estava dizendo.

Eu já estava bastante assustada e, mesmo por isso, não olhava para ele, ainda bem, porque já se masturbando, sim, se masturbando, ele me disse: "nossa, você nem olha pra mim, você não quer mesmo né? ". (Oi?) Neste momento ele passou a se defender, dizia que era um bom profissional, afinal, havia conseguido fazer todas as fotos, mas que queria muito realizar suas fantasias e que talvez, se ele não tivesse ficado sozinho comigo, talvez se ele não tivesse me visto despida seria diferente. Ora, então a culpa era minha por ter aceitado o trabalho? Por ter me despido na frente de uma pessoa que até então julgava como bom profissional?

Já vestida e com a mochila nas costas fui ao banheiro da casa me desfazer de lixos produzidos durante a maquiagem, num estado de incredulidade no que estava acontecendo, ele parou na porta e me pedia desculpas ao mesmo tempo que reafirmava todas as suas vontades, ele suava e fedia num estado de total descontrole, ainda com a cabeça baixa pedi pra que ele saísse da minha frente algumas vezes, o que era absolutamente ignorado, quando ele fez menção de se aproximar, ergui os olhos e lhe disse que não significa não, pedi que ele saísse da minha frente imediatamente e, felizmente, ele saiu. Ao passar pela porta da sala, ele tentou me segurar pela cintura dizendo :"você já vai mesmo? " sem responder consegui sair da casa. O que mais me surpreendeu foi que minutos depois ele me mandou mensagens falando sobre como as fotos haviam ficado lindas e "desculpa qualquer coisa". Qualquer coisa?

No dia seguinte, ao ver que minha família havia feito publicações sobre estupro ele se deu conta de que muitas pessoas já sabiam e foi se confessar com um amigo meu, pedindo ajuda, alegando que eu não havia entendido o que aconteceu, que ele me respeitava e que me achava tão linda que não pôde se conter.

Felizmente, esse amigo é um homem sóbrio que situou o estuprador que, em seguida, me mandou uma carta onde confessa o crime e pede desculpas. Munida da carta e acompanhada por uma professora do meu curso, representei o B.O., todavia, o escrivão me perguntou diversas vezes se não havia envolvimento sexual prévio com o agressor (como se isso fosse relevante), se o meu marido me DEIXAVA fazer fotos sensuais numa boa e concluiu que na verdade, ele não ia me estuprar não, que na verdade o cara só havia se aproveitado da situação e como eu não quis acabou dando naquilo, mas que aquilo era coisa de homem mesmo.

Demorei muito pra conseguir elaborar tamanha violência. Tanto do estuprador, quanto de quem deveria me amparar. Depois de muito refletir sobre isso, decidi dar a minha cara a tapa. O meu corpo, nu ou não, não é público, não é um convite, tão pouco pode ser violado. Sei que juridicamente, como o estuprador é réu primário, tem residência fixa, ensino superior, trabalha e é cristão, nada vai acontecer, porém, cada mulher estuprada precisa saber que não está sozinha. Que há uma outra mulher ao seu lado.

Que ela não é culpada e que eu estarei na luta ao lado de cada uma. Nosso corpo é livre e nós precisamos ser respeitadas. E digo mais, meninas, pesquisem sobre seu fotógrafo, vc pode não só estar patrocinando um criminoso como também se tornar mais uma vítima. 

Eles não passarão. 





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Comentários (7)

  • laila

    Sexta-Feira, 31 de Julho de 2015, 22h12
  • Ou é muita ingenuidade dessa moça ou tem treta ai...Qualquer modelo por mais inexperiente que seja,sabe que qualquer trabalho profissional tem que ser feita em estúdio e com profissionais qualificados.Sei não...reveja suas amizades moça!Fica a dica
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  • L?o

    Sexta-Feira, 31 de Julho de 2015, 18h52
  • Em momento algum eu quero desqualificar a conduta do meliante, visto que é inadmissível e odioso tal prática, mas não há dúvidas que a vítima se expôs ao risco. Pra começar, a troco de que se sujeita à situação de estar sozinha com um homem desconhecido e ainda nua, fazendo poses sensuais? O ser humano é muito hipócrita e os que se dizem "evoluídos" acham que é tudo normal, é só um trabalho, é profissional. Infelizmente é o preço a ser pago pela escolha, porque é mais do que sabido que se trata de um universo podre, que envolve muita sujeira e prostituição. Não estou querendo dizer que a vítima é uma prostituta. De jeito nenhum! Mas se uma mulher quer se expor com a sua nudez, ela pode até acreditar em sua mente que não está se oferecendo, mas infelizmente não é a linguagem que principalmente os homens recebem. Eu sou um homem casado (e muito bem casado) e não me atrevo a ficar sozinho no mesmo ambiente com uma mulher bonita, porque eu conheço a natureza da carne e conheço as minhas fraquezas. É a lei da vida, cada um vai colher o que plantar e os que querem fazer carreira profissional expondo o seu corpo infelizmente estarão sujeitos a vários riscos e o assédio é uma delas. Aí eu pergunto? Vale a pena? Isso é realmente um sonho ou um devaneio do ego?
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  • Jos? Carlos

    Sexta-Feira, 31 de Julho de 2015, 15h35
  • Milla, qualquer pessoa que entra neste mundo de aventura, sabe muito bem o que pode acontecer, tem que estar preparada e tem que saber se defender, e aquela mulher objeto da qual você fala, era a que passava o dia em casa cuidando e dando educação para os filhos, ela tinha a missão de criar homens para a sociedade, e minha mãe tem muito orgulho disto.
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  • Milla

    Sexta-Feira, 31 de Julho de 2015, 14h42
  • José Carlos, os tempos são outros, graças a Deus, as coisas mudaram em relação a isso. Naqueles tempos que você se refere, mulher era tratada como objeto, e, pelo relato da modelo, foi isso mesmo que aconteceu com ela. Se o fotógrafo não tem controle sobre si, deveria mudar de profissão. Agora imagine se fosse tua irmã ou filha, modelo, posando seja lá pra que tipo de foto fosse, e o fotógrafo partisse pra cima delas com interesse sexual? Tua opinião seria a mesma?
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  • Negro Preto

    Sexta-Feira, 31 de Julho de 2015, 13h11
  • A Celina, que comentou abaixo, faz uma crítica à moça. Creio que essa leitora nem tenha lido o corpo da matéria. Deve ter ficado com inveja do corpão sarado da modelo. O José Carlos, que também comentou, deve ter vocação para tarado com o comentário que fez. Se liga ô Zé, qualquer forma de assédio ou exposição de outra pessoa é considerado estupro. Ninguém é obrigado a gostar de ser exposto.
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  • celina

    Sexta-Feira, 31 de Julho de 2015, 11h58
  • é isso é modelo!!
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  • Jos? Carlos

    Sexta-Feira, 31 de Julho de 2015, 11h47
  • Quando agente era jovem época de colégio, acontecia muito issso. Ah fulano tentou agarrar sicrana, no máximo a menina ficava com raiva alguns dias, depois voltava as boas, hoje disqui é tentativa de estupro, boletim de ocorrência, danos morais e o caralho a quatro, sem contar que ela ficou pelada na frente do cara pra tirar foto. O povo oportunista.
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