No Jardim Imperial, bairro vizinho de residenciais como Universitário e Recanto dos Pássaros, moradores se dizem cansados de adquirir equipamentos eletrônicos, eletrodomésticos, roupas e outros produtos para “atender” a criminalidade.
Tanto durante o dia como de noite, os ladrões estão agindo com uma frequência nunca imaginada, denuncia a comunidade. Mesmo sem acesso aos dados de furtos e roubos registrados especificamente no bairro, o temor maior é retornar ao final do dia de trabalho e encontrar a casa arrombada.
Foi o que aconteceu há duas semanas com Marcos Aurélio Rodrigues. Da casa dele, arrombada pelos ladrões, levaram quase tudo. “Fizeram um limpa”, conta, enumerando alguns dos produtos levados. Da lista do prejuízo do morador estão televisor, equipamento fotográfico profissional(máquina e lentes), além de roupas de casa e da família.
Morador do bairro há 12 anos, Marcos observou o que era apenas um temor, gerado pelos relatos de roubos ocorridos em outras residências, infelizmente acabou se concretizando.
O serralheiro Ismael Maia não teve a residência roubada, mesmo porque trabalha em um espaço anexo a sua moradia, mas conhece o drama de quem casa arrombada. Ele é um dos profissionais acionados pelos moradores para fazer a troca ou reforçar a fechadura dos imóveis arrombados e invadidos por ladrões.
Há quatro anos morando e trabalhando no Jardim Imperial, Ismael Maia não se recorda de quantas fechaduras trocou ou de portas que reforçou com trancas, mas diz que foram muitas.
Ronald Muzzi, vice-presidente do Conselho de Segurança do Moinho, região que engloba mais de 10 bairros, entre os quais Imperal(I e II), Recanto dos Pássaros e Jardim universitário, destaca que, infelizmente, o que acontece no Imperial se repete nos demais residenciais da região.
Conforme Muzzi, essa violência é resultado do sucateamento da estrutura da Segurança Pública. Como exemplo, cita a Base Comunitária do Moinho, unidade da Polícia Militar responsável pelo policiamento da região, que 12 anos depois de inaugurada dispõe de menos da metade do efetivo e viaturas.
Enquanto a população saltou de cerca de 15 mil para 30 mil, com o surgimento de novos condomínios, loteamentos e núcleos habitacionais populares, o número de PMs nessa Base Comunitária caiu de 45 para 28 e o de viaturas de quatro para duas. “Também tínhamos quatro motos e oito bicicletas, com as quais os policiais percorriam os bairros, e agora não temos nenhuma”, reclama.
Muzzi disse que a comunidade está revoltada, preparando uma manifestação para mostrar seu descontentamento e pedir mais policiamento para os próximos dias. Conforme ele, há semanas a falta de segurança vem sendo tema de debates em reuniões nos bairros da região. A preocupação é com a falta efetivo policial.