PC investiga se cantora foi morta pelo CV por fazer gesto

 

A rapper Laysa Moraes Ferreira, conhecida como La Brysa, de 30 anos, pode ter sido morta por faccionados do Comando Vermelho (CV) em decorrência da guerra entre facções em Mato Grosso. Essa é uma das linhas de investigação em andamento na Delegacia Especializada em Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), conduzida pelo delegado Bruno de Abreu. O corpo da rapper foi encontrado no início da tarde desta quinta-feira (9), por pescadores dentro no Rio Cuiabá.

A cantora estava submersa na água, amarrada numa lata cheia de concreto, com os pés e a barriga amarrados por um fio enrolado num tapete. Ela teria sido jogada ainda viva no Rio e morreu afogada conforme aponta análise preliminar da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).

A suspeita de que o assassinato esteja relacionado à rivalidade entre facções surge pelo fato de La Brysa ter em fotos antigas em suas redes sociais fazendo gestos com as mãos que criminosos do Comando Vermelho afirmam que são associados à facção Primeiro Comando da Capital (PCC), rival do CV. A cantora é natural de Campo Grande (MS), morava há um ano em Cuiabá. A polícia busca suspeitos para elucidar a motivação. 

SUMIÇO

De acordo com o registro feito no Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Polícia Civil, La Brysa sofria de depressão, não tinha familiares em Cuiabá e desapareceu de sua casa, deixando a porta destrancada e todos os seus pertences para trás.

A rapper tinha contribuído para a cena das batalhas de rima por 12 anos, sendo 8 deles dedicados a competições. Segundo o Cenário das Batalhas, que organiza eventos na Praça Alencastro, em Cuiabá, com o objetivo de valorizar o hip hop underground, La Brysa começou sua trajetória nas batalhas em 2016, quando venceu sua primeira competição.

Ela também participou do campeonato "The Big Cypher of Campão", em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, onde competiu por três anos e conquistou diversos títulos, incluindo a categoria Sangue e Conhecimento da Liga Breaking e a Batalha do Conhecimento do MST. La Brysa foi ainda campeã da batalha "Vai Ser Rimando", promovida pelo rapper Emicida.

Com um EP lançado e vários singles, ela influenciou a cena hip hop em Mato Grosso, destacando-se com a Cypher Resistência e Resiliência. Residente no bairro Santa Izabel em Cuiabá, La Brysa foi semifinalista da batalha "Alencastro 9 Anos", mantendo-se frequentemente entre as melhores do ranking da maior competição do estado.