O delegado da Polícia Civil de Mato Grosso, Bruno França, classificou Gilberto Rodrigues dos Anjos, de 32 anos, pedreiro que confessou ter estuprado e matado mãe e três filhas em Sorriso (420 km de Cuiabá) nesta segunda-feira (27), como "predador sexual". Além disso, afirmou que o crime foi premeditado e que o transferiu para cadeia de outra cidade por receio da população invadir a delegacia. 

As vítimas foram identificadas como Cleci Calvi Cardoso, 46 anos, Miliane Calvi Cardoso, 19 anos, Manuela Calvi Cardoso, de 13 anos e por fim a caçula, Melissa Calvi Cardoso, de 10. O autor do crime trabalhava em uma obra ao lado da casa das vítimas e, ao ser questionado pelos policiais, confessou as mortes.

Apesar da confissão, as investigações continuam para saber se há mais envolvidos na barbárie cometida. "Chegando na delegacia, ele confessou o crime, entregou as roupas que usou e as roupas íntimas das vítimas que havia levado como souvenir e apontou qual seria a faca do crime. No entanto, o fato dele ter confessado não quer dizer que tenha acontecido. Temos que ver se ele fez isso sozinho e se tem envolvimento de outras pessoas. Mas é uma tragédia como um todo", disse o delegado. 

Para o investigador, é "óbvio" que o crime foi premeditado considerando que Gilberto trabalhava no local, que passava por uma obra, e devido ao retrospecto do criminoso, que é foragido por estupro e tentativa de homicídio em Lucas do Rio Verde. "A premeditação é óbvia porque ele morava na obra, no local do crime e como todo predador sexual ele vinha espreitando as suas vítimas. A alegação de que a droga seria responsavel não convence porque ele já é foragido por estupro e tentativa de homicídio em Lucas do Rio Verde e ele foi preso com as roupas íntimas das vítimas na maior demonstração de que se trata de um predador em série", afirmou Bruno França. 

Por fim, o delegado esclareceu que o motivo da transferência do preso para a penitenciária Osvaldo Florentino Leite Ferreira, conhecida como Ferrugem, em Sinop, foi devido a avisos de que a delegacia seria invadida pela população para tentar linchar o bandido. "Tudo levava a crer que a população iria tentar contra a vida dele dentro da nossa delegacia. Entrei em contato com a diretoria da Polícia Civil e fomos avisados a respeito do perigo, pedimos apoio ao Centro Integrado de Operações Aéreas e ele foi transferido", concluiu.