Os investigadores da Polícia Civil estão trabalhando com a principal hipótese de que o assassinato do advogado Roberto Zampieri, de 57 anos, tenha sido motivado pela atividade laboral da vítima. Isso porque o escritório de advocacia do qual o jurista era sócio atuava principalmente na área de Direito Agrário e com processos envolvendo cifras milionárias. A informação é do delegado Nilson Farias, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Segundo a PC, o crime foi encomendado "de forma covarde e traiçoeira". Roberto Zampieri foi executado, na noite de terça-feira (5), com ao menos 10 tiros de uma pistola de calibre 9 milímetros, em frente ao seu escritório de advocacia, situado na rua Topázio, no bairro Bosque da Saúde, região nobre de Cuiabá. O suspeito ficou cerca de uma hora embaixo de uma árvore esperando a vítima sair do local e cometer o crime.

O jurista tinha acabado de entrar em seu carro, uma picape Fiat Toro, quando foi surpreendido pelo pistoleiro, que efetuou os disparos pela janela do passageiro usando uma caixa de isopor adesivada com uma sacola preta para abafar o barulho dos projeteis. Em seguida, ele fugiu.

O criminoso usava ainda boné e camiseta de cor preta. “Trata-se de um escritório de advocacia que a maioria das causas eram grandes, de valores vultosos. Então, a atividade laborativa acaba sendo a principal linha de investigação. Não descartamos outras linhas de investigação, mas a principal, neste caso em específico, é a atividade como advogado”, afirmou o delegado Nilson Farias, em coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (6).

R$ 500 MIL

Devido à linha de investigação, relacionada ao trabalho de Roberto, todos os processos que tramitam no escritório serão averiguados. No entanto, outra situação que está sendo apurada como possível motivação é um boletim de ocorrência registrado em 2021 por um cliente de Roberto.

À ocasião, o homem relatou que o jurista teria se apropriado indevidamente de R$ 500 mil pertencentes a ele no ano de 2015. “Essa situação específica é uma das várias situações e informações que têm chegado na divisão de homicídios e todas estão sendo investigadas. Então, não dá para afirmar de forma categórica que um boletim de ocorrência pode ser uma motivação. Pode ser, tem possibilidade, como todas as outras causas que estavam em andamento naquele escritório”, pontuou Nilson Farias.

Ainda, o delegado acredita que o assassinato tenha sido encomendado, principalmente pela forma fria, covarde e traiçoeira que foi cometido. Segundo Farias, o suspeito premeditou o crime e inclusive utilizou uma caixa de isopor para abafar o barulho dos disparos, uma vez que o escritório de advocacia da vítima está situado nas proximidades de um batalhão da Polícia Militar.

Dessa forma, Roberto sequer teve chances de defesa. “De forma preliminar, pela experiência que tenho como delegado, informo que a princípio se trata de uma execução, pela forma fria, em que o suspeito espera de forma calma do outro lado da rua. Quando a vítima sai do escritório e entra no carro, o suspeito se aproxima e não demostra nenhum tipo de afobamento ou desespero. Utiliza caixa de isopor e efetua os disparos pelo lado do carona exatamente para não dar nenhum tipo de defesa para vítima, um crime feito de forma covarde, traiçoeira e provavelmente a mando de alguém, mas tudo ainda é preliminar”, declarou.

Em posse de das declarações fornecidas por familiares e testemunhas, além de imagens registradas por câmeras de monitoramento localizadas em torno do local, equipes da Polícia Civil estão levantando a rota de fuga e demais informações para elucidar o caso. Familiares e outros advogados que teriam relações com Zampieri serão convocados para prestar ecslarecimentos à Polícia Civil.