Gustavo Belão, delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), revelou que a polícia ainda busca pelo menos 8 suspeitos de envolvimento no sequestro de Edson Joel Meira, 57, pai do prefeito de Jangada (80 km ao norte de Cuiabá), Rogério Meira (PP), no domingo (22). Segundo o delegado, no grupo havia divisão de tarefas e os 3 suspeitos presos não teriam participado do rapto, apenas da extorsão.
Em entrevista coletiva na manhã de segunda-feira (23), o delegado Gustavo Belão citou que uma suspeita, que recebeu R$ 1 mil de resgate, foi presa no município de Nova Olímpia e outros dois, uma mulher e um homem, detidos em Nova Marilândia. Ele disse que o homem usa tornozeleira eletrônica e teria atuado apenas no pedido de resgate.
“Os criminosos que foram presos, eles estavam ligados diretamente apenas à parte de extorsão, houve uma divisão de tarefas ali, então alguns criminosos ficaram no cativeiro, outros invadiram a fazenda e estes criminosos que foram presos negociavam a libertação da vítima. Então estes criminosos [presos] aparentemente não sabiam onde era o cativeiro ou quem eram as pessoas que tinham invadido a fazenda [...] eles não tinham motivação, falaram 'eu estou sendo pago para fazer contato com os familiares e exigir o preço do resgate”.
Belão ainda disse que, até o momento, não há indícios de motivação política para o crime ou de retaliação, considerando que Edson já foi alvo de operações da Polícia Civil e acusado de integrar uma quadrilha especializada em roubo de gado no norte do Estado.
Também afirmou que nenhuma vítima deu certeza sobre a identidade dos suspeitos, mas ele acredita que Edson poderá identificá-los, caso a polícia consiga capturá-los.
“Os suspeitos que invadiram a fazenda, invadiram de cara limpa, então o senhor Edson tem condições de identificar, de reconhecer esses criminosos, basta agora que a Polícia Civil consiga identificá-los e apresentá-los ao senhor Edson para que ele faça o reconhecimento”.
Considerando que os 3 presos não tiveram envolvimento no sequestro, apenas na extorsão, o delegado pontuou que ainda “temos pelo menos mais 8 pessoas a serem identificadas”.
Valor do resgate
O delegado da GCCO ainda afirmou que a principal hipótese seguida é a de que o objetivo principal dos criminosos era obter dinheiro com o resgate. Eles chegaram a pedir R$ 70 mil.
“Os pedidos de resgate começaram em R$ 1 mil, R$ 2 mil e chegou a R$ 70 mil [...] só R$ 2 mil foram transferidos. [...] Não levaram nada da propriedade, a não ser o veículo da vítima, mas foi abandonado posteriormente. A princípio era extorsão mediante sequestro, exigência de valores para libertar a vítima”.