O inquérito que investiga a tentativa de assalto que terminou na morte de um policial militar e uma atendente deve ser concluído nessa semana pela Polícia Civil de Cuiabá. O crime ocorreu no dia 24 de fevereiro em uma casa de câmbio que fica na Avenida Getúlio Vargas, região central da capital mato-grossense. Segundo o delegado Walfrido Nascimento, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a conclusão do inquérito está prevista para até quinta-feira (27).

Na ação, um suspeito de 28 anos entrou no local com a intenção de cometer um assalto. No entanto, havia dois policiais militares no estabelecimento. Os PMs tinham o costume de ir ao local para beber água, já que faziam rondas naquela região, assim comprovado ao decorrer do inquérito policial. O ladrão apontou a arma para os PMs e houve tiroteio. Uma atendente de 19 anos morreu com um tiro na cabeça e um dos policiais, de 27, chegou de ser socorrido, mas morreu durante atendimento médico. Apenas o PM mais novo, de 22, não se feriu com gravidade.

O suspeito fugiu sem levar nada da casa de câmbio, apesar de ter roubado três veículos na fuga. Ele foi preso dias depois na região de Acorizal, a 59 km da capital. Conforme o depoimento do mecânico, ele confessou que foi para roubar, mas negou que matou o PM e a funcionária.

Em depoimento, ele disse que pensou que os dois policiais eram, na verdade, seguranças da empresa. A farda dos policiais militares da capital mudou de cor em novembro de 2013, passando de azul marinho para cinza. O suspeito disse que precisava roubar porque estava desempregado, além do fato da mulher dele estar grávida.

O resultado do laudo balístico da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi entregue à Polícia Civil na semana passada. O documento aponta que todos os projéteis retirados- dos corpos e do local- saíram da arma do PM de 22 anos, que sobreviveu ao tiroteio.

Ao decorrer o inquérito já foram ouvidas 16 pessoas, entre elas o mecânico e o policial militar que atirou. Os dois laudos que faltam para o término da investigação, o laudo de local de crime e o laudo de necropsia do corpo do policial, devem ser entregues até a terça-feira (25). Segundo a DHPP, o policial deverá responder por duplo homicídio doloso (quando há a intenção de matar).

O soldado que trocou tiros com o suspeito está na instituição há 3 anos, atualmente lotado no 10º Batalhão, em Cuiabá. Ele foi afastado das funções e passa por tratamento psicológico. Já o mecânico, preso pela tentativa de assalto, está detido temporariamente no Centro de Ressocialização de Cuiabá (antigo Carumbé).

Para o delegado, ele vai responder pela tentativa de assalto na casa de câmbio. Porém, também vai responder por assalto, já que durante a fuga roubou dois carros, uma motocicleta e pertences que estavam nesses veículos.

A DHPP pretende pedir a prisão preventiva do mecânico no final da investigação, caso o delegado Walfrido consiga finalizar o inquérito policial na próxima semana.