A Polícia Civil investiga se a residência onde uma menina de dois anos ingeriu droga, no Bairro Nova Várzea Grande, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, funciona como um ponto de venda de entorpecente. A criança passou mal no último dia 28 por conta da ingestão da substância depois que a mãe a deixou na casa de uma vizinha.
Após engolir a droga, ela teve uma parada cardíaca e foi internada em estado grave no pronto-socorro do município. A família conseguiu na Justiça uma ordem para que a menina fosse transferida para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde ela se encontra até esta terça-feira (11).
O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, da Criança e do Idoso de Várzea Grande. A polícia busca identificar o responsável por deixar que a criança engolisse a droga e também a quem pertencia aquela substância. Segundo a assessoria da Polícia Civil, toda a situação está sendo investigada, mas ainda é cedo para apontar os suspeitos da negligência, já que isso poderia comprometer o andamento das investigações.
O pai da menina, Dejavan Lourenço da Silva, contou nesta terça-feira que a filha está melhorando aos poucos, mas que a equipe de médicos não descartou a possibilidade dela ficar com sequelas. "A médica disse que é preciso ter calma porque o processo de recuperação é lento. Ela pode esquecer de alguma coisa ou de alguém e pode até não voltar a andar, mas tudo depende”, afirmou.
De acordo com Dejavan, os médicos informaram que assim que acordar a menina deve passar por uma tomografia, a qual irá avaliar se houve danos no cérebro dela. "Mas ela está indo bem. Passa por exames todos os dias e eu pego os laudos. Ela está indo bem”, pontuou. A criança segue sedada e respira com a ajuda de aparelhos. Ainda não há previsão de alta.
Segundo o Pronto-Socorro de Várzea Grande, a criança deu entrada com parada cardíaca e sintomas que seriam decorrentes da ingestão de droga. Exames confirmaram que a substância ingerida se tratava de pasta base de cocaína. No dia seguinte da internação, depois da família ter obtido duas decisões liminares na Justiça, a menina foi levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular, em Cuiabá.
A mãe da criança e a vizinha foram presas no último dia 1º, um dia após a internação da menina, e levadas para a Central de Flagrantes de Várzea Grande. Foram ouvidas pelo delegado plantonista. As duas foram liberadas na tarde desse mesmo dia.
A mãe da criança, Rosicleia Neves da Cunha, contou que havia saído para trocar um cheque e deixou a filha na casa de uma vizinha, pois a babá da menina iria viajar. "Eu cheguei e ela veio me abraçar. Depois pediu para brincar com as outras crianças. Quando ela voltou, estava com uma pedrinha na mãe e logo começou a passar mal", relatou Rosicleia. A mãe relembrou que pediu ajuda aos vizinhos e levou a filha às pressas para o hospital.