A Polícia Civil de Santo Antônio do Leverger (34 km de Cuiabá) reabriu as investigações sobre o caso que envolve o assassinato do ex-secretário de Infraestrutura do Estado, Vilceu Marchetti. O pedido foi realizado pelo Ministério Público do Estado (MPE) que apontou falhas no inquérito que afirmava que o crime teria sido passional e não envolvia motivações políticas.
De acordo com o delegado de Santo Antonio do Leverger, Sidney Caetano de Paiva, os polícias irão colher novos depoimentos das testemunhas e dos policiais militares que acompanharam o caso. Conforme Sidney, a polícia terá acesso ao laudo do Instituto Médico Legal que ficou pronto. Ele afirmou que a equipe da perícia também irá voltar ao local do crime para tentar colher novas provas e ver outras possíveis trajetórias da arma que teria sido arremessada pelo suspeito do assassinato, após o crime.
Apesar dos novos procedimentos, o delegado não acredita em mudanças no rumo do inquérito anterior. “Tudo aponta para crime passional, mas como faltaram algumas informações no inquérito, iremos completar”.
O primeiro inquérito do caso foi concluído em dez dias após o assassinato, com uma força tarefa das delegacias da Polícia Civil de Santo Antonio do Leverger e Cuiabá. Na ocasião, o inquérito apontou que o homicídio aconteceu por conta de um assédio sexual de Marchetti contra a esposa de Anastácio Marafon, que confessou ter cometido o crime.
A defesa de Marafon pediu a revogação da prisão preventiva, contudo, o promotor Natanael Moltocaro Fiuza emitiu um parecer contrário ao requerimento por conta do suspeito não ter colaborado com as investigações e ter se desfeito da arma do crime.
Ele também afirmou que a investigação havia se mostrado ”singela e incompleta”, pois apesar do inquérito ter sido concluído, faltavam documentos como o laudo do IML. Por conta disso o promotor solicitou a realização de diligências complementares “para a elucidação do crime e das circunstâncias em que foi perpetrado”.
CRIME
O crime foi praticado no último dia 7 de julho, na Fazenda Marazul, em Mimoso, distrito de Leverger. Na ocasião, Vilceu Marchetti, então administrador da fazenda Marazul, de propriedade de Neri Fulgante, 80 anos, teria assediado uma funcionária, enquanto o marido, Anastácio Marafon, assistia a cena.
Anastácio brigou com a esposa e em seguida foi até o quarto de Marchetti, onde teria assassinado o ex-secretário com tiros de uma arma de fogo sem registro. Testemunhas, incluindo os netos de Marchetti ouviram a discussão e os disparos. Assim que saiu do local, Marafon teria jogado a arma no rio.