Prints apontam que aluno morto durante curso levou "caldos" em Cuiabá; veja

 

Conversas em um grupo no WhatsApp de alunos do curso de formação de soldados do Corpo de Bombeiros e próximos ao jovem Lucas Veloso Peres, de 27 anos, que morreu  na manhã desta quinta-feira (27), após passar mal durante um treinamento aquático, na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, sugerem que Lucas pode ter sido vítima de 'caldo' - ato de ter a cabeça afundada na água para testar resistência. 

No grupo, os jovens discutiram a morte de Veloso e classificaram o caso como "grave". Em um dos diálogos, um rapaz responde a uma outra pessoa que não houve esforço físico por parte de Lucas, mas sim outra situação. "Esforço físico meu pau. Foi caldo. Eu tava com ele", compartilhou.

Outro jovem se mostra surpreso e pergunta se a situação ocorreu diante de outras pessoas. Outro participante do grupo respondeu ter visto, mas prefere relatar o caso à justiça. Um outro colega chegou a escrever que os responsáveis precisam ser cobrados. "Vamos falar perante um juiz. Falar todos os detalhes. Porque os responsáveis têm que pagar".

Segundo a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP), as informações iniciais indicam que Lucas Veloso estava participando de uma aula de salvamento aquático na Lagoa Trevisan, na Capital, como parte do curso de formação de soldados do Corpo de Bombeiros, quando se sentiu mal e, subitamente, afundou na água. Ele foi socorrido pelos bombeiros presentes no local, onde os procedimentos de reanimação foram iniciados. Posteriormente, o aluno foi levado ao Hospital HBento, em Cuiabá, onde foram feitas tentativas de reanimação adicionais, sem sucesso.

Lucas Veloso era natural da cidade de Caiapônia, em Goiás. O delegado Nilson André Farias solicitou um exame de necropsia da vítima. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Cuiabá. Segundo a Polícia Civil, outras diligências serão conduzidas para esclarecer a morte, com oitivas dos participantes do curso que serão chamados para prestarem depoimentos.

OUTRO CASO

Há 7 anos, em 2016, o aluno do Corpo de Bombeiros, Rodrigo Claro, de 21 anos, morreu após passar mal durante aula prática na Lagoa Trevisan, em Cuiabá. Conforme divulgado na época, Rodrigo foi levado para um hospital com quadro de hemorragia cerebral. Chegou a ficar em coma por cinco dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular, mas não resistiu. 

A tenente Izadora Ledur, que era instrutora de salvamento, foi acusada de perseguir Rodrigo afogando-o diversas vezes (praticando caldos) durante a travessia no lago. As informações apontam que o jovem reclamava de dores de cabeça e vomitava, mas a tenente não o ajudou. Em 2017, Ledur chegou a ser afastada do cargo de tenente após ser acusada por crime de tortura. Contudo, em janeiro deste ano, ela conseguiu na Justiça uma promoção para ser capitã na corporação.

NOTA DA SESP

Sesp já investiga morte ocorrida em treinamento do Corpo de Bombeiros

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) foi informada pelo Corpo de Bombeiros Militar do óbito de um aluno do Curso de Formação de Soldados durante um treinamento na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, na manhã desta terça-feira (27).

Um procedimento administrativo foi aberto para apurar as circunstâncias do ocorrido.

A Sesp informa que está prestando atendimento à família do aluno.