Uma quadrilha com ramificações em Mato Grosso foi desarticulada durante a Operação “Puro Malte”, deflagrada pela Polícia Civil do Amazonas (AM). Dezenove pessoas, incluindo cinco carteiros, foram presas suspeitas de roubar R$ 10 milhões ao ano.
Os criminosos movimentavam uma sofisticada rede de estelionato e lavagem de dinheiro. O foco do grupo era comprar cartões de créditos fornecidos por carteiros do Correios, que entregavam a correspondência junto às senhas dos cartões à quadrilha.
Em entrevista ao site G1 de Manaus, o diretor do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO) DRCO, Sandro Sarkis, informou que a quadrilha também possuía células em Fortaleza (CE), Porto Velho (RO), Várzea Grande (MT) e Cuiabá (MT).
"Era uma quadrilha que utilizava de meios sofisticados nas suas ações e que dificultou muito o trabalho da polícia, ao ponto de ter cooptado pessoas dentro da Empresa de Correios e Telégrafos que forneciam as correspondências com os cartões e senhas”, informou. Procurada pela reportagem do Diário, a direção dos Correios, em Cuiabá, não se manifestou sobre o possível envolvimento de funcionários da empresa na quadrilha.
Durante a operação, foram apreendidos dez veículos, mais de R$ 63 mil em residências, 26 folhas de cheque em branco e 77 cartões de crédito, assim como aparelhos eletrônicos, duas armas e 100 munições intactas de vários calibres.
As vítimas, donas dos cartões, eram sempre de alto poder aquisitivo. O grupo procurava legalizar o dinheiro roubado por meio da revenda de bebidas alcoólicas e da constituição de empresas fantasmas, por meio das quais foram constatadas ainda a realização de financiamentos fraudulentos junto a agências bancárias de Manaus. A quadrilha deve responder pelos crimes de uso de documento falso, estelionato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Sobre a segurança na entrega dos cartões via Correios, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que os bancos brasileiros investem anualmente bilhões de reais em sistemas de segurança física e eletrônica para garantir a tranquilidade de seus clientes e colaboradores. “Também atuam em estreita parceria com governos, polícia e com o Poder Judiciário, para combater os crimes e propor novos padrões de proteção”, diz.