Alexandre Bustamante, secretário de Estado de Segurança Pública, informou que a Penitenciária Central do Estado (PCE) passa pela maior faxina já vista desde a sua criação, onde celas, blocos e alas estão sendo higienizadas, restauradas e reorganizadas. Destacou também que não há motivos para as famílias se preocuparem e que há muitas coisas dentro do presídio que não deveria estar. “Não vou falar quem colocou para dentro, mas estamos fazendo uma faxina”, disse o secretário para explicar a operação que começou na terça-feira (13), quando reecudandos e familiares foram surpreendidos com a suspensão de visitas, seja das famílias ou dos advogados, bem como a entrada de produtos.
As primeiras informações davam conta de que a operação seria para combater o crescimento do crime organizado dentro das unidades. Segundo o secretário, trata-se de uma operação de limpeza. “Estamos tirando todos os materiais de dentro das celas, reorganizando, pintando, tirando tomadas internas e melhorando a qualidade de ventilação”.
Pensada há meses, a operação é muito sensível, reservada e nunca feita antes no Estado, afirmou Bustamante. “São hoje cerca de 2.400 reeducandos, então, imagina fazer uma obra dentro de casa com todas essas pessoas dentro, é complicado. Imagina esse tipo de trabalho”.
Secretário destacou que todo o processo está sendo acompanhado pelos órgãos de controle, como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Defensoria Pública, Ministério Público Estadual (MPE) e Judiciário. “A colaboração dos presos é muito bom. Estamos melhorando a qualidade de vida. Então, para eles é muito importante. Vai incomodar? Claro, eles vão sair da zona de conforto, mas é necessário. Por isso operação foi pensada detalhe por detalhe”.
Bustamante afirmou que freezers, fogões e vários objetos velhos estão sendo retirados das celas. “Também estamos tirando equipamentos que a lei não permite”.
Ao que tudo indica as celas não terão mais energia elétrica. As tomadas internas estão sendo retiradas e os ventiladores, por exemplo, serão fixados na parede. “Isso já é feito nos novos presídios. Tem muito tecido, pedaços de panos e coisas antigas também, que acabam resultando em doenças respiratórias nos próprios reeducandos. Então, estamos tirando tudo e só volta para dentro o que está dentro e permitido por lei”.
Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário (Sindispen) divulgou imagens do que já foi retirado das celas, tal como ventiladores, recipientes de plásticos, rádio e outros. Um balanço será divulgado no final da operação.
O secretário pediu ainda a compreensão das famílias nesse momento de ‘faxina’, já que as visitas estão suspensas, no primeiro momento, por 30 dias. “As visitas estão suspensas de forma temporária, que as famílias entendam isso. As visitas geram uma movimentação de 600 pessoas em média. Para cada reeducando colocamos profissionais de escolas, então imagina isso durante o período da reforma, não conseguiríamos fazer o necessário”.