A Polícia Civil investiga um esquema de aliciamento de adolescentes e até crianças da periferia de Cuiabá para atender turistas da Copa do Mundo com programas sexuais. Os valores ofertados, de acordo com o que foi apurado até o momento, variam entre R$ 12 mil a R$ 18 mil para que as menores possam ficar disponíveis aos clientes no período de 10 a 25 de junho.
As informações foram levantadas durante as investigações de uma confusão envolvendo menores, ocorrida no dia 29 de dezembro de 2013 no Pantanal Shopping. Conforme as informações repassadas pela Polícia, a confusão no shopping tinha a finalidade de disponibilizar ingressos para festas clandestinas de menores, regadas a álcool e prostituição infantil.
Algumas dessas festas foram monitoradas pela Polícia e surgiu a informação do aliciador de meninas novas entre 13 e 17 anos e até crianças para fazer programas em outras cidades-sedes da Copa do Mundo. Contudo, o aliciador ainda não foi identificado e não se sabe se ele age dentro de uma rede.
O que se sabe, por enquanto, é que uma menina quase caiu na conversa dele. Mas a Polícia ainda não tem informações se há mais meninas que aceitaram ou recusaram a proposta.
O secretário municipal de Assistência Social, José Rodrigues, coordena o grupo de trabalho que envolve mais de 50 instituições com o objetivo de fazer a prevenção e a repressão da exploração sexual infantil durante a Copa do Mundo e disse que é construída a agenda de ações para ser tomadas em conjunto pelos conselhos tutelares e as forças de segurança para enfrentar o problema.“Cuiabá já tem problemas com a prostituição infantil e a exploração sexual de menores e sabemos que em todos os países onde teve a Copa do Mundo o problema se intensificou. O Brasil tem uma imagem no exterior de turismo sexual e isso pode fazer o problema se agravar ainda mais”.
Rodrigues comentou que o aparelhamento dos conselhos tutelares com computadores, imóveis e mais 6 veículos, totalizando 12 com a frota já existente, vão ajudar a enfrentar o problema. Outra medida é a qualificação dos servidores da secretaria, além da inauguração do abrigo para atender crianças de 0 a 7 anos, e ajudando a desafogar o Lar da Criança, especialmente no período da Copa do Mundo. “Trabalhei por 4 anos no Estado e estive à frente do Lar da Criança. A exploração sexual, abuso e negligência são os principais casos atendidos. A obra física termina em maio e esperamos estar com as portas abertas até o início da Copa do Mundo”.
Coordenador da Comissão Estadual de Segurança de Grandes Eventos, coronel Joelson Sampaio disse que o turismo sexual esta indiretamente ligado à organização da Copa do Mundo, por isso, a Comissão será acionada apenas nos casos em que um turista levar alguma criança ou adolescente em atitude suspeita na Arena Pantanal, fan fest e centros de treinamentos. Também há as áreas impactadas pela Copa como as áreas turísticas e hotéis. Nestes locais a vigilância sobre a exploração sexual será redo-brada. “Nós agimos em casos assim ou se houver envolvimento de che-fes de Estado, delegações. Caso contrário, a Secretaria de Assistência Social e conselhos tutelares é quem vão agir junto às policias”.