O alvo principal da operação "Falso Profeta", realizada pela Polícia Civil, é o criminoso Ulisses Batista, que atuava como pastor sênior em uma igreja no bairro Pedra 90, em Cuiabá. Ele frequentemente compartilhava seu lado religioso nas redes sociais, ao lado de sua esposa, que não é alvo das investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e da Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco).
O líder religioso e mentor do esquema encontra-se foragido no Estado do Rio de Janeiro. A "Falso Profeta" foi deflagrada nesta quinta-feira (20) e cumpre 30 ordens judiciais, incluindo sete mandados de prisão preventiva, nove mandados de busca e apreensão, duas restrições ao exercício de atividades econômicas de empresas, cinco sequestros de veículos e sete bloqueios de contas bancárias, que podem totalizar até R$ 1,5 milhão.
O objetivo da ação é desarticular um esquema de extorsão e lavagem de dinheiro promovido pelo Comando Vermelho (CV-MT) contra estabelecimentos comerciais que atuam na distribuição de água mineral em Cuiabá e Várzea Grande. As investigações, iniciadas em novembro de 2024, revelaram que os criminosos criaram um grupo no WhatsApp para inserir comerciantes, os quais eram constrangidos e coagidos a colaborar com a facção.
A investigação, conduzida pela GCCO e pela Draco, identificou membros da facção criminosa responsáveis pelo esquema de extorsão, denominado "Projeto Água 20 LT". Por meio desse esquema, proprietários de estabelecimentos eram ameaçados para comprar galões de água fornecidos exclusivamente pela facção, além de pagarem uma taxa de R$ 1 por cada galão vendido.
Até o momento, foram identificadas 11 vítimas, mas esse número pode aumentar, visto que o grupo no WhatsApp contava com mais de cem membros. Algumas vítimas que deixassem o grupo ou se recusassem a pagar recebiam mensagens privadas informando que alguém iria conversar pessoalmente com elas, configurando o crime de extorsão majorada, com a ameaça implícita. “Intimidadas e ameaçadas, eram forçadas a retornar aos grupos e aderir ao projeto de água”, explicou o delegado da Draco, Rodrigo Azem, durante coletiva de imprensa, nesta quinta.
As investigações também mostraram que o administrador do grupo de WhatsApp é um dos líderes da facção criminosa, incumbido de manter o controle financeiro e logístico do esquema, coordenando as atividades de extorsão. Outros integrantes foram identificados como responsáveis por visitar as distribuidoras, reforçando a necessidade de os comerciantes adquirirem o produto vendido pela facção e cobrando a “taxa” por cada galão.
Todos os alvos identificados possuem extensa ficha criminal, incluindo crimes como tráfico de drogas, homicídios, roubo, uso de documento falso e organização criminosa, atuando como “soldados do crime” e impondo ameaças aos comerciantes em cumprimento às ordens de seus “superiores”.A facção criminosa também utilizava um caminhão específico para a distribuição de suas águas, que estava estacionado em uma distribuidora pertencente a um dos membros do grupo.
Investigações complementares foram realizadas para identificar membros envolvidos na lavagem de dinheiro oriundo das extorsões aos comerciantes. Descobriu-se a presença de pessoas físicas e jurídicas vinculadas ao esquema criminoso, com transações de grandes quantias em dinheiro, sem qualquer comprovação de origem lícita.
O Estado do Rio de Janeiro, reconhecido como o berço da facção criminosa, é o local onde o mentor do “projeto da água” exerce sua liderança. Os vínculos identificados apontaram para uma empresa que também atua na distribuição de água e bebida, funcionando como uma “testa de ferro” da facção, dissimulando transações por meio de empresas para remeter os recursos financeiros à organização criminosa no Rio de Janeiro.
A operação "Falso Profeta" faz referência ao principal alvo das extorsões, que também é pastor em uma igreja na capital.
Luís
Quinta-Feira, 20 de Março de 2025, 16h44Contra Corrupção
Quinta-Feira, 20 de Março de 2025, 14h02Pedro
Quinta-Feira, 20 de Março de 2025, 11h52Cuiabano
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