O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), mandou o ex-gestor Emanuel Pinheiro (MDB) “engolir o choro” ao comentar sobre a ação que pede a anulação do decreto de calamidade financeira publicado pelo atual gestor. Em entrevista à Rádio CBN Cuiabá nesta quarta-feira (15), o bolsonarista não poupou críticas ao ex-prefeito, destacando problemas herdados da administração anterior. 

“Primeiro Emanuel precisa engolir o próprio choro e esperar passar essa fase dele ai, ele montou um escritório na casa dele para parecer a Prefeitura apesar que ele tratava a prefeitura como a casa dele. E como ele não é muito bom em administração, não conseguiu compreender o decreto”, disparou Brunini. 

No dia 3 de janeiro, após assumir o comando do Palácio Alencastro, Abílio Brunini assinou o decreto que declara calamidade financeira na administração municipal e seus efeitos serão válidos por 180 dias, com a possibilidade de prorrogação por igual período. A medida do prefeito foi justificada pelo crescimento da dívida da capital nos últimos oito anos. 

“O que poso dizer é que os números estão públicos, colocamos todos os dados no site da prefeitura e nas redes sociais. Enquanto eles não davam transparência nós estamos dando de todos os dados e ele devia ser mais responsável com o legado que ele deixou para Cuiabá, agora se ele quer continuar tendo visibilidade, se aparecer, ter protagonismo não tem problema. Acho que está no direito dele como ex-gestor de questionar”, explicou. 

Diante disso, Pinheiro propôs uma ação popular junto à Vara Especializada em Ações Coletivas de Cuiabá. Em sua visão, as calamidades previstas em lei são provocadas pela natureza, como acidentes ou catástrofes, o que torna a medida do seu sucessor uma ‘inovação jurídica’, segundo a petição.

“Ele deixou R$ 17 milhões de dívida com a Conviva desde outubro e o contrato encerra dois dias antes de iniciar as aulas, o cara não fez uma licitação para trocar a empresa. Ele não pagou o contrato de diversas terceirizadas, não pagou a empresa da hemodiálise que vem direto para o caixa, esse dinheiro foi sequestrado para pagar outras coisas, a mesma coisa com o Instituto Lyons, minhas emendas que mandei para a Saúde e ele usou para sabe-se lá o que”, exemplificou o prefeito. 

Apesar das críticas, Abilio frisou que não pretende se concentrar nas polêmicas do passado. Por fim, encerrando com um toque de humor, Brunini mencionou um humorista que imita o ex-prefeito. “Eu não vou e não quero ficar falando de passado, se ele não tivesse falado eu nem estaria tocando no assunto, eu quero seguir a vida, o mandato, o que tiver de irregularidade dele a gente vai mandar para a procuradoria, para o Ministério Público e vida que segue, vamos esquecer que Emanuel Pinheiro foi prefeito de Cuiabá. Eu prefiro o Kleber Borges [humorista que imita o emedebista]”.