O cabo da Polícia Militar Gerson Correa Júnior, em novo depoimento prestado à Justiça Militar nesta segunda-feira (27), disse que o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, ofereceu dinheiro para isentar o governo e o próprio ex-secretário isentá-los do escândalo de escutas ilegais, operadas no Estado, por meio da PM. Segundo Gerson Correa, a proposta teria sido feita quando ambos estavam presos na mesma ala do Centro de Custódia de Cuiabá.
A defesa do advogado Paulo Taques nega as acusações e informa que se pronunciará nos autos. O governo informou que determinou a apuração de todos os fatos relacionados às supostas escutas telefônicas clandestinas ainda em 2015, garantindo independência das Polícias Civil e Militar nas investigações.
Ainda em depoimento, o cabo da PM acusou o Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de ter vazado para imprensa áudios sigilosos de interceptações realizadas no âmbito da Operação Ouro de Tolo, deflagrada em 2015. Conforme Gerson Correa, a prática de “barriga de aluguel” foi utilizada na Ouro de Tolo.
Em nota, o Gaeco esclarece que os fatos apontados pelo cabo Gérson Corrêa não configuram “barriga de aluguel”. Ainda segundo o Ministério Público Estadual (MPE, a utilização de dados cadastrais obtidos em investigações não é vedada e não pode ser confundida com 'barriga de aluguel'.