AL não tem como garantir "boa conduta" de servidores, diz Botelho

 

Presidente da Assembleia Legislativa (ALMT), o deputado Eduardo Botelho (UB) comentou a prisão da ex-servidora comissionada, Maria Eduarda Aquino da Costa Marques, alvo da 3ª fase da Operação Doce Amargo, da Polícia Civil, na última terça-feira (5). Na opinião do parlamentar, a Casa já faz uma "triagem" da ficha policial do contratado, mas infelizmente não tem como saber da "conduta" de nenhum servidor fora do trabalho.

Maria Eduarda ocupava cargo comissionado no Legislativo Estadual com salário de R$ 3,4 mil e foi exonerada nesta quarta-feira (6). Conforme as investigações  do Núcleo de Inquéritos Policiais da Capital (Nipo), a ex-servidora não só consumia drogas consideradas de "luxo", como também as vendia.

"A triagem que nós fazemos aqui é a triagem legal que é fazer a consulta da ficha policial da pessoa. Quando ela é contratada não tem nada que impede. O que nós fazemos é o que a iniciativa privada faz, que todos os lugares fazem, não podemos criar algo a mais que isso. Não tem jeito, quando acontece nós temos que tomar as providências", declarou Botelho nesta quinta-feira (7).

A prisão da assessora foi cumprida no condomínio onde mora em Cuiabá, na região de saída para Chapada dos Guimarães. Na ocasião, os policiais civis encontraram várias drogas sintéticas. Nas redes sociais, apesar das poucas publicações, é possível constatar que Maria Eduarda ostentava fotos com drinks, baladas e em viagens a lugares paradisíacos.

Os traficantes atuavam de maneira associada, dividindo tarefas e sendo fornecedores diretos a outros contatos, somando valores para a compra de maiores quantidades de drogas de qualidade mais refinada. Outra parcela dos investigados se associava ao grupo, adquirindo drogas para fornecimento a terceiros, captando usuários e intermediando uma espécie de rateio para ampliar as vendas. A investigação também destacou a participação de alguns envolvidos ligados ao Comando Vermelho mediante o pagamento de uma espécie de "taxa" pela execução do tráfico.

Além da jovem, outras 42 pessoas tiveram mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça na terça-feira. Além disso, foram expedidas 151 ordens judiciais, sendo 54 mandados de busca e apreensão e 54 ordens de bloqueio de contas, com alvo especialmente em traficantes de drogas sintéticas que atuam em toda a região metropolitana de Cuiabá.