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Delator da Operação Ouro de Tolo que culminou na prisão da ex-primeira dama Roseli Barbosa, o empresário Paulo Lemes revelou em depoimento ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) que jamais manteve conversas com o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) a respeito do esquema de desvio de dinheiro público na Setas (Secretaria de Trabalho Emprego e Assistência Social).
Porém, acredita fielmente que Silval tinha conhecimento das articulações do seu chefe de gabinete, Silvio Correa, também preso preventivamente na quinta-feira (20). “Silvio dificilmente faria alguma coisa que não fosse do conhecimento e autorizado por Silval Barbosa”, diz um dos trechos do documento referente à delação premiada a qual o FOLHAMAX teve acesso.
Conforme os depoimentos, Silvio Correa recebeu R$ 418 mil do dinheiro desviado em contratos para pagar uma dívida de campanha eleitoral de 2012 do petista Lúdio Cabral que disputou o segundo turno para prefeito de Cuiabá.
Na ocasião, parte do dinheiro foi entregue ao ex-secretário de Estado Eder Moraes, um dos coordenadores da campanha do PT, e outra parte foi destinado a pagamento de dívidas em combustíveis e distribuído aos candidatos a vereador para manter apoio a Lúdio Cabral no segundo turno da eleição municipal.
Conforme as investigações do Gaeco, o esquema de desvio de dinheiro público por meio de fraudes na Setas vigorou de 2012 a 2013 durante a gestão de Roseli Barbosa. A Setas teria contratado a empresa Microlins e os Institutos de Desenvolvimento Humano (IDH/MT) para executar programas sociais referentes ao “Qualifica Mato Grosso”, “Copa em Ação”, entre outros através do uso de “laranjas”. Na ação a qualidade desses cursos também é questionada.
O MPE narra um esquema de desvio de verbas públicas, que seria encabeçado pelo denunciado Paulo César Lemes, o qual teria forjado a criação de institutos sem fins lucrativos “de fachada”, visando burlar a legislação e contratar diretamente com a Administração Pública.
As investigações começaram após a divulgação de erros grotescos em apostilas que estavam sendo utilizadas nos cursos de capacitação em hotelaria e turismo promovido pela Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social. Em um dos casos exemplificados pelo MPE, a pessoa contratada para elaboração do conteúdo das apostilas possuía apenas o Ensino Médio completo. Em seu depoimento, a jovem confessou que recebeu pelo serviço a quantia de R$ 6 mil e que copiou todo o material do site de humor desciclopédia.
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Carlos
Sexta-Feira, 21 de Agosto de 2015, 16h08S?rgio Luis
Sexta-Feira, 21 de Agosto de 2015, 14h15Advogado
Sexta-Feira, 21 de Agosto de 2015, 14h14Neto
Sexta-Feira, 21 de Agosto de 2015, 12h21fidedigno
Sexta-Feira, 21 de Agosto de 2015, 12h04