A presidente da Câmara de Cuiabá, vereadora Paula Calil (PL), afirmou que a Mesa Diretora não fará pré-julgamentos contra os parlamentares afastados Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB), alvos da Operação Perfídia, da Delegacia Especializada em Combate à Corrupção (Deccor), mas avisou que não se furtará de cumprir com “obrigações institucionais”. 

“Quero reafirmar o compromisso dessa presidência com a legalidade, transparência e o devido processo legal, pilares fundamentais do Estado Democrático de Direito. Esta Casa não se furtará de cumprir com suas obrigações institucionais, sempre com responsabilidade, seriedade e respeito à Justiça”, discursou a presidente na sessão desta terça-feira (6).

A Operação Perfídia investiga um esquema de corrupção envolvendo dois vereadores da Câmara Municipal de Cuiabá que folram alvos de mandados de busca e apreensão, cumpridos nas residências deles e nos gabinetes de ambos, no Legislativo Municipal, na última semana. Os policiais recolheram registros de controle de acesso ao prédio e imagens de câmeras de segurança referentes ao período de agosto de 2023 a agosto de 2024.

Chico 2000 é correligionário de Paula e Sargento Joelson faz parte da base de sustentação do prefeito Abilio Brunini (PL) na Casa de Leis. A postura de Calil endossa as falas e declarações de da primeira-dama e vereadora Samantha Iris (PL) e Rafael Ranalli (PL). Ocorre que, partiu do próprio gestor, quando ainda era deputado federal, a denúncia dos supostos atos ilícitos. 

 

Isso porque, o relatório da Polícia Civil confirmou que foi Brunini quem enviou à Deccor arquivos suspeitos indicando supostos pagamentos por parte de vereadores do Parlamento Municipal. As conversas partiram de João Jorge Souza Catalan “representante oficial" da HB20 Construções, empresa responsável pelas obras do Contorno Leste, e encarregado por pagar a propina. 

O relatório aponta ainda uma relação de “intimidade” entre o vereador Joelson e Catalan. “Não cabe à esta presidência qualquer pré-julgamento ou antecipação de mérito. Compete-nos garantir a regularidade do processo com equilíbrio entre as partes e a preservação da dignidade do Parlamento Cuiabano. Ao longo dos próximos passos todos os procedimentos seguirão os prazos legais om total publicidade dos atos”, garantiu Calil. 

Ao explicar o motivo pelo qual os suplentes Rafael Yonekubo (PL) e Gustavo Padilha (PSB) não foram convocados para ocupar as cadeiras de Chico e Joelson, Paula reiterou que a Câmara está à disposição dos órgãos competentes. “Seguiremos firmes no cumprimento da nossa missão com lealdade a nossa cidade e os valores republicanos que nos trouxeram até aqui”, finalizou.