A Auditoria Geral do Estado (AGE) passará a acompanhar as investigações do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) que têm como foco os contratos firmados pela secretaria estadual de Trabalho e Assistência Social (Setas). A determinação partiu do governador Silval Barbosa (PMDB) e três auditores já foram escolhidos para o trabalho. “Vamos contribuir em tudo para que todos os fatos sejam esclarecidos”, afirma o auditor- geral do Estado, José Alves. 

Conforme Alves, o Ministério Público já foi informado sobre a designação dos auditores, que “têm toda a autonomia do governo do Estado para apurar os fatos”. As investigações fazem parte da operação Arqueiro, deflagrada pelo Gaeco no último dia 29, quando nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo a sede da Setas o principal alvo. 

O Ministério Público apura supostas irregularidades em licitações e contratos da Pasta com institutos sem fins lucrativos que atendiam a programas do governo do Estado como o “Qualifica Mato Grosso” e “Copa em Ação”. As suspeitas são de conluio entre servidores da secretaria e funcionários dos institutos para cometimento de fraudes. 

A apuração, todavia, sofreu uma paralisação na última semana quando a Justiça suspendeu o depoimento que o titular da Setas, Jean Estevan Campos Oliveira, concederia ao Gaeco. O secretário solicitava acesso aos documentos do processo, antes de prestar seus esclarecimentos ao Ministério Público. 

Embora a decisão beneficiasse apenas ele, o próprio Gaeco decidiu suspender todos os demais depoimentos para evitar que a investigação fosse alvo de novas suspensões futuramente. No total, 24 pessoas já foram ouvidas, mas ainda restam 15. O Ministério Público deve remarcar os depoimentos a partir desta semana.