De forma unânime, a Câmara Municipal de Várzea Grande rejeitou, durante sessão ordinária desta terça-feira (18), a denúncia apresentada pelo Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) que pedia a instauração de um processo disciplinar contra o vereador Kleberton Feitoza Eustáquio, conhecido como Feitoza (PSB), com o objetivo de cassar seu mandato.

O CRM-MT protocolou o pedido de abertura de um processo para cassar o mandato do vereador na última quarta-feira (12). A denúncia foi motivada por um incidente ocorrido na semana anterior, quando o parlamentar invadiu áreas restritas do Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande (PSM-VG), constrangendo e difamando uma médica que estava em plantão no local.

No entanto, conforme explicou o presidente da Casa, Wanderley Cerqueira (MDB), a rejeição ocorreu porque o artigo 85 do Regimento Interno da Câmara determina que a denúncia deve ser apresentada por escrito por um eleitor. Contudo, o pedido foi feito em nome do CRM, uma pessoa jurídica, o que não se enquadra nas normas estabelecidas pelo Regimento.

Além do processo no âmbito do Legislativo, o CRM-MT prepara uma série de ações judiciais que serão movidas contra o vereador. O presidente do Conselho, Diogo Sampaio, destacou que, após análise das imagens do circuito interno do hospital, foi comprovado que a médica acusada pelo vereador de abandonar o plantão não havia deixado a unidade em nenhum momento.

As imagens mostram que a profissional estava na sala de descanso do hospital no exato momento em que o parlamentar a procurava. Sampaio afirmou que o comportamento do parlamentar, caracterizado por assédio, intimidação e constrangimento, configura uma quebra de decoro.

Na última semana, o presidente da entidade ainda comentou sobre a fala de Wanderley que defendeu Feitoza e descartou a abertura de um processo antes mesmo de analisar o caso. Sampaio avisou que a atitude do parlamentar também será acompanhada de perto pela autarquia.