Em uma denúncia anônima, que já teria sido protocolada no Ministério Público Estadual (MPE), vários vereadores por Cuiabá são acusados de receber propina para votar na eleição da Mesa Diretora, em janeiro do ano passado.
Mais: eles também receberiam um “mensalinho”, cargos e outros “agrados” para apoiar a gestão do ex-presidente João Emanuel (PSD).
Segundo apurou a reportagem, pelo menos oito vereadores teriam sido “agraciados” com os benefícios ilegais.
Em vários casos, os valores somados ultrapassariam a casa dos R$ 500 mil.
Na denúncia, a qual uma fonte do MidiaNews teve acesso, estão relacionados os nomes dos parlamentares, o quanto cada um recebeu, assim como os locais e as datas de pagamentos.
Em alguns casos, o denunciante garante que filmou alguns vereadores recebendo o dinheiro.
As gravações, com “canetas espiãs”, foram feitas na própria Câmara, em locais públicos e até em uma festa de aniversário.
A denúncia cita até mesmo o que cada vereador teria feito com os valores supostamente recebidos, como a compra de carros, residências e imóveis.
“Propinoduto”
O dossiê citaria até mesmo a existência de outro suposto esquema, colocado em prática pela Prefeitura de Cuiabá, para repassar dinheiro aos vereadores da base de sustentação do prefeito Mauro Mendes (PSB).
O dinheiro sairia de uma empreiteira que presta serviços à gestão. Cada vereador da base receberia entre R$ 8 mil e R$ 15 mil.
A denúncia, segundo apurou a reportagem, cita até mesmo o endereço utilizado para fazer parte dos repasses.
Crise de imagem
O vereador João Emanuel, que foi preso pelo Gaeco: acusado de crimes como fraude e corrupção
Mais uma vez a Câmara de Cuiabá mergulha em uma crise de imagem. Acusado de fraudes e corrupção, o ex-presidente da Casa, João Emanuel, é alvo de ações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Ele foi preso no mês passado e ficou detido na sede da Polinter. Emanuel enfrenta um processo por quebra de decoro, e pode ser cassado.
O atual presidente, Júlio Pinheiro (PTB), é acusado de fraudar processos legislativos para aprovar três leis de suplementação orçamentária, no final da gestão do ex-prefeito Chico Galindo (PTB).
As leis, que autorizaram gastos de R$ 365 milhões, não teriam tramitado conforme o Regimento Interno.
Os advogados de João Emanuel protocolizaram no Tribunal de Contas do Estado (TCE) uma denúncia sobre o caso, pedindo o afastamento de Pinheiro da presidência, por prática de improbidade. Pinheiro nega as acusações.
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salvadorjr
Quarta-Feira, 23 de Abril de 2014, 15h49ze
Quarta-Feira, 23 de Abril de 2014, 14h03Manoel
Quarta-Feira, 23 de Abril de 2014, 13h04