O conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), José Carlos Novelli, informou a juíza da Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado, Selma Rosane Arruda, que não tem conhecimento dos motivos que levaram o ex-deputado estadual José Riva (PSD) a ser réu em ação penal proposta pelo MPE (Ministério Público Estadual). O ex-presidente da Assembleia Legislativa tem insistido na inclusão de Novelli como testemunha nos processos criminais em que figura como réu pelas suspeitas de desvio de dinheiro público. “Verifica-se que a testemunha José Carlos Novelli, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, quando oficiada para que indicasse dia, hora e local para ser inquirido, informou que desconhece os fatos que ensejaram o ajuizamento da citada demanda”, diz trecho do despacho.
Por conta disso, foi rejeitada a inclusão de Novelli como testemunha considerada apenas de mero efeito protelatório. A defesa de Riva busca incluir Novelli alegando que o conselheiro foi responsável em fiscalizar as contas do Legislativo no ano de 2001 e comprovar que não houve desvios.
A magistrada designou para o dia 29 de setembro, às 15h30, audiência de instrução e julgamento referente a ação penal na qual o Ministério Público Estadual (MPE) acusa Riva de ser o mentor de um esquema que desviou R$ 2,254 milhões dos cofres do Legislativo. O dinheiro teria sido desviado por meio de pagamentos a empresa M.T Nazareth ME que estava com suas atividades encerradas e firmou contrato com o Legislativo.
O saque dos cheques emitidos em favor da empresa era feito diretamente no caixa do banco por servidores do Legislativo. Ao mesmo tempo, o dinheiro era repassado a Confiança Factoring, de propriedade do bicheiro João Arcanjo Ribeiro que emprestava quantias para as campanhas eleitorais de Riva e Humberto Bosaipo, ambos responsáveis pela condução da Mesa Diretora do Legislativo.