Foi só a fatura da água chegar para a aposentada Ruth Ferreira da Silva, moradora do bairro Jardim Imperial, levar um susto: a conta ficou quase 600% mais cara e de R$ 21 saltou para R$ 145. Ruth conta que o valor aumentou desde que técnicos da concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto realizaram a troca do hidrômetro (aparelho que faz a medicação de consumo) no mês passado.
“Estou economizando o que eu posso para não gastar tanto. Mas vocês viram que hidrômetro continua rodando direto. Se está aberto ele gira, se está fechado ele continua girando. Não tem como”, reclama.
O caso de Ruth não é exceção em Sinop. A população está pagando mais pela água desde que o serviço foi concedido à iniciativa privada (contrato que teve início em novembro de 2014). “Era para melhorar o atendimento e o preço, mas piorou”, avalia Dalton Martini, candidato a prefeito.
Dalton quer a revisão imediata do contrato de concessão do SAAES para aferir a tarifação de água. “O serviço tem que ser cobrado de forma justa e não como vem ocorrendo”, defende
À época da licitação para escolher a empresa responsável pelos serviços, a Prefeitura de Sinop argumentou que "a opção pela concessão se justificava pela sua intrínseca capacidade de permitir, em regime de eficiência contratual, a realização de vultuosos investimentos necessários para a prestação do serviço de água e esgoto".
Segundo o Executivo, seriam necessários mais de R$ 287,8 milhões (287.886.852,74) para universalizar o abastecimento de água e esgotamento sanitário de forma adequada. Ou seja, também ampliar a oferta de água tratada para bairros onde não há o serviço.
O projeto que autorizava a concessão foi aprovado em três votações no Poder Legislativo de Sinop: 13, 16 e 18 de dezembro de 2013. Dalton Martini, que à época presidia a Câmara Municipal, conta que os vereadores aprovaram a matéria por acreditarem ser a melhor alternativa para a população sinopense. O que não aconteceu.
A concessão é válida pelo período de 30 anos.