O advogado Ulisses Rabaneda protocolou há pouco um pedido de habeas corpus para tentar liberar a ex-primeira-dama Roseli Fátima Meira Barbosa. O desembargador Rondon Bassil Dower Filho será o relator do pedido.

A tendência é de que uma resposta saia, em caráter liminar, ainda neste final de semana.

Roseli foi presa ontem pelo Gaeco (Grupo de Ação e Combate ao Crime Organizado) acusada de comandar um desvio de R$ 8 milhões na Secretaria de Assistência Social do Estado. Além dela, foram detidos o ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), Silvio Cézar Correa, o ex-assessor da Setas, Rodrigo de Marchi, e ainda o empresário Nilson Costa e Faria.

Antes de protocolar o habeas corpus, Ulisses Rabaneda havia considerado a decisão como precipitada, pois teria sido respaldada por uma delação premiada de quem era apontado como “o chefe do esquema”.  “De uma hora para outra, como num passe de mágica, pelo simples fato de acusar outras pessoas, o empresário Paulo Lemes sai da posição de 'chefe do esquema' e dá ensejo à prisão de quatro co-acusados. Pela simples palavra dele. Então, por que quando ele se defendeu, as palavras dele não tiveram nenhuma credibilidade, mas agora, quando ele acusa outras pessoas, é dada a palavra dele como verdade absoluta?”, questionou.

O jurista destacou que não ficou constatado nos autos que os quatro réus presos ontem estão atuando na coação de testemunhas ou para a destruição de provas. “Se a gente admitir que, em um processo criminal, sempre que um dos réus delatar os outros isso virar motivo de prisão, vamos estar admitindo que a gestão da prisão preventiva pode ser manipulada por qualquer um dos réus”, ponderou.