As principais personalidades investigadas pela “Operação Bereré” decidiram recorrer da decisão do Pleno do Tribunal de Justiça, que aceitou a denúncia do Ministério Público do Estado (MP) oferecida contra os alvos da investigação. Dos seis investigados, decidiram entrar com embargos de declaração o deputado estadual Mauro Savi (DEM), o ex-secretário-Chefe da Casa Civil, Paulo Taques, e o empresário José Kobori. Os recursos foram protocolados na última quarta-feira (14) e estão sob a relatoria do desembargador José Zuquim Nogueira.
A Operação Bereré investiga um suposto esquema de desvio de dinheiro do Departamento Estadual de Trânsito (Detran). Segundo as operações, cerca de R$ 30 milhões foram desviados por meio de um contrato fraudulento celebrado entre o departamento e a empresa FDL Serviços de Registro, atual EIG Mercados. O esquema se dava por meio de um segundo contrato entre a FDL e a empresa Santos Treinamento, celebrado apenas para a lavagem de dinheiro.
No total, o MP ofereceu denúncia contra 58 pessoas, supostamente envolvidas no esquema. Entre estes, sete são deputados estaduais, sendo o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM), e parlamentares Baiano Filho (sem partido), José Domingos Fraga (PSD), Mauro Savi (DEM), Nininho (PSD), Romoaldo Júnior (MDB) e Wilson Santos (PSDB).
O processo, porém, foi desmembrado em virtude da prisão de seis réus no esquema. Desta forma, a ação contra os réus presos tramitaria de forma mais célere.
Além de Savi, Paulo Taques e Kobori, respondem a esta ação penal o advogado Pedro Jorge Zamar Taques e os empresários Claudemir Pereira dos Santos e Roque Anildo Reinheimer.
No dia 23 de agosto deste ano, o TJ-MT acatou a denúncia contra os seis acusados. Na ocasião, também determinou a soltura deles.
OPERAÇÃO BERERÉ
A EIG Mercados foi contratada pelo Detran ainda na gestão Silval Barbosa para registrar contratos de financiamento junto a instituições financeiras. Ela é investigada por ser usada por grupos políticos para desviar recursos do Detran na ordem de R$ 30 milhões, desde 2010.
O caso se tornou público após o Ministério Público Estadual (MP), por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) deflagrar a Operação Bereré, em fevereiro deste ano. Em abril, o governador Pedro Taques (PSDB) decretou a intervenção no contrato da EIG com o Detran e o Estado vem administrando o serviço desde então.
Em maio, o Gaeco deflagrou a 2ª fase da operação, batizada de Operação Bônus, culminou na prisão preventiva do deputado estadual Mauro Savi (DEM), tido como líder do esquema; do ex-secretário-Chefe da Casa Civil, Paulo Zamar Taques; de seu irmão, o advogado Pedro Zamar Taques, ambos primos do governador Pedro Taques; e dos empresários Claudemir Pereira dos Santos e Roque Anildo Reinheimer, donos da Santos Treinamento, e Valter José Kobori, ex-CEO da EIG Mercados.
Apesar de o esquema ter sido montado ainda na gestão Silval Barbosa, a suspeita é de que foi mantido durante a gestão Pedro Taques. Por isso, houve a prisão do ex-chefe da Casa Civil.
ZE CARLOS
Terça-Feira, 20 de Novembro de 2018, 07h20Eduardo
Segunda-Feira, 19 de Novembro de 2018, 19h16Valdir ferreira de Cerqueira
Segunda-Feira, 19 de Novembro de 2018, 16h02Edson Lima
Segunda-Feira, 19 de Novembro de 2018, 12h29Rene
Segunda-Feira, 19 de Novembro de 2018, 11h33