O vice-líder do governo federal na Câmara Federal, deputado Emanuelzinho (MDB), avaliou que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros reflete o incômodo dos Estados Unidos com o fortalecimento dos Brics, bloco formado por países de economias emergentes. Para ele, a conduta não tem relação direta com a pressão para não condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que também é citado pelo norte-americano.
Em entrevista à Rádio Vila Real FM, o deputado defendeu a postura do presidente Lula (PT) diante das ameaças e reafirmou que, mesmo com os Estados Unidos sendo um importante parceiro comercial do Brasil, a soberania política sobressaia. Porém, prega cautela para evitar uma guerra prejudicial.
“O Brasil tem que se impor. Não podemos ser subterrâneo a outro país. Nós temos nossas leis, regras e economia nacional. Estados Unidos é nosso segundo maior parceiro comercial, parceiro importante, assim como nós somos importantes para eles. Agora, o presidente Trump nos taxou de uma forma totalmente arbitrária e está usando uma narrativa política. Não tem nada a ver com o ex-presidente Bolsonaro. A situação tem a ver com os BRICS, que está buscando uma alternativa de independência ao dólar”, disse o deputado.
O deputado citou que entre as alternativas contra a medida anunciada por Trump pode estar a lei da reciprocidade, mas crê que não será necessário e que o líder estadunidense recuará.
“Recentemente, tínhamos aprovado a lei da reciprocidade contra a taxação, mas temos que fazer de forma irresponsável. Não podemos entrar em uma fogueira comercial. Temos que garantir que o Trump recupere a razão por meio da diplomacia e da imposição do Brasil, via decreto que o presidente está baixando hoje. Acredito que o presidente Trump vai recuar, porque ele está fazendo isso com o mundo todo, não é só com o Brasil. México, Canadá, ameaçou a Rússia com uma tarifa de 100%, ou seja, é uma baboseira gigante”, emenda.
Emanuelzinho ainda lamentou que políticos tenham usado a ameaça trumpista para desmoralizar o governo federal por ideologias políticas, afirmando que, se concretizada, as tarifas podem prejudicar severamente a economia, desencadeando problemas nas indústrias, agronegócio e no mercado de trabalho.
“Ninguém pode defender essa atitude, porque independente de ideologia política é uma taxação que vai tirar empregos do Brasil, prejudicar a economia nacional, diminuir a importação, diminuir a riqueza do Brasil”, finalizou.
Carlos Nunes
Quinta-Feira, 17 de Julho de 2025, 17h24Paulo Antonio
Quinta-Feira, 17 de Julho de 2025, 16h05