O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) comparou, por duas vezes seguidas nesta semana, a gravidez de uma mulher e com de uma vaca. O bolsonarista integra uma Frente Parlamentar em Combate ao Aborto e Defesa da Vida criada na Assembleia Legislativa e caracterizou a prática como “assassinato”.

Na abertura da Frente Parlamentar, instaurada na segunda-feira (15), Cattani criticou o movimento feminista e declarou que o movimento pró-aborto legalizado seria a favor de “assassinatos de bebês”. Para ele, a nomenclatura “feto” seria um meio de considerar o bebê em formação como apenas um “amontoado de células”.

Para ele, não seria uma criança e, sim, uma desculpa utilizada para defender a prática do aborto no país. “Quando a minha vaca entra no cio, está no período fértil e o touro cobre a minha vaca. É assim que a gente fala lá na roça. Então, ela está prenha, certo? (sic) Isso é natural. Agora, quando eu pergunto pra qualquer pessoa o que é que tem na barriga da minha vaca, se você pedir pra essas feministas ou pra essas pessoas que defendem o assassinato de bebês no ventre da sua mãe, elas vão dizer que lá tem um feto, não é um bezerro. [sorri]. Assim como eles falam da mulher, que dentro da barriga da mulher, até a sexta semana, é um tipo de coisa, amontoado de célula que não é uma criança”, disse o deputado na reunião.

Na mesma fala, Cattani também comparou a gestação feminina à das galinhas. Questionado sobre o tema durante o lançamento da Expoagro, na terça-feira (16), ele voltou a comparar as mulheres com vacas.

Segundo ele, o bebê humano, desde a concepção já é considerado uma criança e uma vida a ser defendida, assim como acontece nos bovinos. “Eu sou pequeno produtor rural. Eu tiro leite. Toda vez que o touro enxerta minha vaca, quando ela está no cio, dentro do útero da minha vaca tem ali um bezerro e eu posso até fazer conta, que daqui nove meses eu vou ter um a mais. Assim, é também com uma mulher. É impossível e inadmissível as pessoas tratarem como se fosse um amontoado de células. As pessoas chamam de feto para não falar que é uma criança. Então, não existe justificativa para que uma criança que não possa se defender seja assassinada no ventre da sua mãe”, comentou.  

Para ele, a Frente Parlamentar seria uma maneira de combater o aborto com “unhas e dentes” e defender “aqueles que não podem se defender”. A Frente Parlamentar foi instalada na Assembleia Legislativa na segunda-feira (15), composta apenas por homens.

Cattani participa ao lado de Beto Dois a Um (PSB), Cláudio Ferreira (PTB), Dilmar Dal Bosco (União), Elizeu Nascimento (PL), Faissal (Cidadania)e Júlio Campos (União). Suplente de deputado, Alex Sandro (Republicanos) também assinou requerimento de criação da grupo, quando esteve em exercício parlamentar.