Política Quinta-Feira, 10 de Abril de 2014, 23h:11 | Atualizado:

Quinta-Feira, 10 de Abril de 2014, 23h:11 | Atualizado:

LIGAÇÕES COM CACHOEIRA

Deputado encaminha ao MPE denúncias contra consórcio vencedor da Lemat

 

Da Redação

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O deputado estadual Zeca Viana (PDT) diz ter recebido documentos que atestam a ligação do bicheiro Carlinhos Cachoeira com o Consórcio LBH-MT, único habilitado pelo governo a participar da licitação para operar a Loteria do Estado de Mato Grosso (Lemat). 

Conforme os dados, o representante do grupo de empresas, Paulo Augusto Heise, seria consultor da Lottomatica SPA, que tem conexões com Cachoeira. Da tribuna da Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (10), Zeca Viana sustentou que, com base nestas informações, pode-se afirmar haver interesses escusos por trás da concorrência pública. 

“Segundo os dados, se não me engano, essa empresa habilitada tem capital social de apenas R$ 600. Como o Estado vai entregar uma loteria para uma empresa dessas? Temos que investigar. Não estamos aqui para tapar o sol com a peneira”, defendeu. 

O deputado não descarta a possibilidade de levar as informações ao Ministério Público do Estado (MPE). “Eles precisam ter conhecimento disso. Se isso for comprovado, temos que pedir total eliminação da empresa [da licitação]”, argumenta o parlamentar. 

Na última terça-feira (8), uma decisão judicial suspendeu a abertura de envelopes do certame, atendendo ao mandato de segurança impetrado pelo Consórcio CRJ/SDL, que também tentou participar da concorrência, mas foi inabilitado. 

A alegação do governo foi a de que o consórcio não entregou atestado de habilidade técnica e registro de balanço patrimonial junto à Junta Comercial. O grupo de empresas, então, acionou a Justiça sob a alegação de desrespeito ao princípio da isonomia, isto é, da igualdade entre os concorrentes, e tiveram decisão favorável. 

Após a suspensão da licitação, o presidente da Lemat, Manoel Antônio Garcia Palma, o Toco Palma, informou que o governo vai recorrer para tentar reverter a situação. Ele sustenta idoneidade no certame. 

SUSPEITAS

 Em abril de 2012, interceptações feitas pela Polícia Federal revelaram que o grupo de Carlinhos Cachoeira estava certo de que iria assumir o controle da Lemat, especialmente após a reeleição do governador Silval Barbosa (PMDB). À época, o peemedebista negou qualquer ligação com o contraventor. 

As conversas por e-mail envolviam Adriano Aprígio de Souza - cunhado e, segundo a PF, um dos laranjas de Cachoeira - e o argentino Roberto Coppola, consultor do bicheiro. 

Às 8h39 de 5 de outubro de 2010, dois dias após a reeleição de Silval, Adriano enviou a seguinte mensagem ao argentino: “Roberto, viu o resultado no Mato Grosso? Foi reeleito o governador. E como ficou Santa Catarina agora? Paraná (sic) aquele encontro foi bom com o governador eleito?”, escreveu. 

Em resposta, às 18h52 do mesmo dia, Coppola traçou as metas do grupo para loterias nos três Estados, a partir do resultado das eleições. 

“Agora vamos implantar a loteria em Mato Grosso. Em Santa Catarina também foi bom com [o governador Raimundo] Colombo porque o presidente da loteria era o chefe da campanha de Colombo”, escreveu. “No Paraná, falei com o [governador] Beto Richa, o problema é que [o ex-governador Roberto] Requião fechou a loteria e vai demorar porque tem que fazer uma nova lei”, concluiu. 

A Lemat foi recriada em Mato Grosso no fim de 2011. A expectativa era que ela arrecadasse R$ 20 milhões por mês, recurso que seria distribuído entre secretarias e fundos estaduais, além da autarquia que fiscalizaria a concessionária operadora do jogo. 





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