Deputado reclama de veto a irmão e chama ex-Casa Civil de "intrometido"

 

O deputado estadual Júlio Campos (UB) classificou como "precipitada, infeliz e indelicada" a declaração do presidente do PRD em Mato Grosso, Mauro Carvalho, que cravou que o governador Mauro Mendes (UB) irá disputar a eleição ao Senado em 2026 assim como o vice, Otaviano Pivetta (Republicanos) será o nome que o grupo político irá apoiar para ocupar o Palácio Paiaguás. De forma indireta, Carvalho "botou para correr" do grupo governista o senador Jayme Campos (UB), que concluirá o mandato e pode disputar a reeleição ou até mesmo o Paiaguás.

O cacique destacou, nesta quarta-feira (28), que o União Brasil tem que pensar no projeto federal e decidir quem irá apoiar para presidente da República. No momento, meio que a contragosto de alguns correligionários, a sigla de centro, "apoia" o presidente Lula (PT), tendo inclusive indicações de ministérios no Governo Federal. "Não sabemos qual rumo o diretório nacional do União Brasil vai se articular com relação à sucessão de Lula. Carvalho foi muito precipitado, infeliz e até indelicado com o nosso grupo político", disparou. 

Carvalho foi chefe da Casa Civil por quase seis anos e saiu para assumir a vaga de Wellington Fagundes (PL) no Senado em 2023. Em seguida, após uma articulação do próprio governador Mauro Mendes, assumiu o comando do PRD no estado.

Ele, Mendes, Pivetta, Fagundes e os irmãos Jayme e Júlio Campos fazem parte do mesmo arco de alianças de 2022, mas o cacique não gostou da 'intromissão' do ex-secretário. "Eles [Pivetta e Mauro Carvalho] não têm nada a ver conosco. Os assuntos do União se discute internamente e caberá a nós, Mauro Mendes, Julio Campos, Jayme, Botelho, Sebastião Rezende, Gisela Simona, Coronel Assis, Fábio Garcia e outros políticos, fora os prefeitos que serão eleitos agora, vereadores, discutir no início de 2026 o que queremos com nosso partido", enfatizou.

Ocorre que em 2026 serão duas vagas abertas ao Senado, a de Jayme e do ministro Carlos Fávaro (PSD). Jayme ainda não sabe se vai buscar a reeleição ou tentar o Governo do Estado, assim como Fávaro.

Mendes, embora não comente, é o favorito para concorrer, visto que está em seu segundo mandato à frente do Paiaguás. Fagundes por sua vez disse que é natural disputar o Governo e quer o apoio de Mauro e Otaviano, mesmo com o vice dizendo que ser governador é o "sonho de uma vida". 

Apesar disso, para Campos, o pleito de 2024 nem começou direito e pessoas de fora do partido estão preocupadas com 2026. Aos 77 anos, o cacique ironizou que daqui a dois anos 'tem gente que pode nem estar vivo, quiçá concorrer a alguma coisa'. "Pivetta é um grande nome para comandar Mato Grosso, ser governador, senador, mas não se pode colocar um processo de 2026 agora em 2024. Não sabemos nem quem vai estar vivo daqui dois anos quanto mais quem vai ser candidato. Essa história de fazer chapa antecipada dentro de outro partido nem Pivetta é do União e nem Mauro Carvalho", disse.