Diante da aproximação do leilão do prédio do Hospital Estadual Santa Casa de Cuiabá, aguardado para setembro, deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) voltaram a tratar do tema e buscam conversas com o Governo do Estado para tentar encontrar uma solução que impeçam o fechamento da unidade, diante da inauguração do Hospital Central.
Nesta quarta-feira (13), antes de entrarem na sessão, os deputados Dr. João (MDB), Paulo Araújo (PP) e Júlio Campos (União) adiantaram que uma visita técnica no hospital deve ser realizados nos próximos dias, bem como intensificar o assunto dentro do Palácio Paiaguás, sede do governo.
“Como presidente da Comissão de Saúde, garanti aos deputados que nós iremos promover uma reunião e uma visita técnica à Santa Casa e trazer novamente essa discussão junto ao secretário estadual de saúde Gilberto. Sabemos que a Justiça do Trabalho está nos trâmites finais, diante da demanda trabalhista. Enquanto ela estiver sob gestão estadual, é competência da Assembleia Legislativa junto ao Governo do Estado fazer uma pressão para que todos aqueles procedimentos que hoje são importantes para o Sistema Único de Saúde continuem a ser ofertados para a população do estado de Mato Grosso”, anunciou o deputado Paulo Araújo.
Júlio Campos, vice-presidente da Casa, foi mais taxativo e afirmou que enxerga pouca eficiência do governo do estado, que gere a unidade desde 2019, em não adquirir o prédio, diante do valor pedido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que administra o edital de leilão. O deputado cita o alto valor arrecadado anualmente pelo Executivo Estadual, que ultrapassa a barreira dos R$ 50 bilhões e não entende como a administração não usa 1% dele para a aquisição.
“Santa Casa, além de ser um patrimônio cultural, imaterial e já tombado com a tradição cuiabana. Uma obra de 200 anos não pode ser entregue de bandeja por uma dívida de 48 milhões de reais, que tem os servidores públicos, os servidores da antiga entidade Santa Casa. Não é possível um orçamento desse, uma arrecadação de 50 bilhões de reais, custa separar 1% desse orçamento para comprar a Santa Casa? Temos que forçar uma composição e impedir esse leilão e fazer com que a Santa Casa continue”, emenda.
Dr. João, primeiro-secretário da Casa, defende que além da classe política, a população entre no intermédio pressionando o governo a não permitir o fechamento da unidade, principalmente por ser referência no tratamento oncológico.
“Acho que temos que tentar sensibilizar. Mas é difícil, não tá fácil conversar. Eu acho difícil, porque eles [governo] querem fechar. Nós não podemos deixar. Não é só pelo fato da instituição de mais de 200 anos, mas também pela funcionalidade dela. Ela hoje, principalmente doentes de oncologia, principalmente esse tipo de doente. Você não vai arrumar de um dia para outro 200 vagas para o doente fazer tratamento de homeopatia”, finaliza.