Discussão que aconteceu no auditório Milton Figueiredo na Assembleia Legislativa abordou os prejuízos que a lei federal do Pantanal trará caso seja aprovada com a atual redação.
Uma reunião para discutir o Projeto Lei 750/2011, que trata entre outros assuntos do Bioma do Pantanal abrange variados temas e o principal é a falta de relação entre planalto e planíce, que segundo Solange Ikeda, não podem caminhar sozinhos, pois um depende do outro para dar maior qualidade tanto para quem produz, como para quem consome. O Pantanal é a maior planície inundável do mundo e está presente nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Com altitudes muito baixas, recebe as águas de vários rios da região que são acompanhadas de toneladas de sedimentos que tornam o solo desse bioma extremamente rico. Embora não possua tantas espécies endêmicas como a Mata Atlântica e a Amazônia, a sua biodiversidade é riquíssima, com destaque para a incrível variedade de aves e peixes. É a paisagem brasileira que mais enche os olhos dos visitantes pela sua beleza e exuberância. Por isso, possui um grande potencial para o turismo ecológico que, se explorado de forma racional e sustentável, pode tornar uma das principais fontes de desenvolvimento para a região.
Os principais impactos ambientais que assolam o Pantanal são provocados por garimpos irregulares, turismo e migração desordenados e predatórios, tráfico de animais silvestres, pecuária extensiva, caça e pesca predatórias. Os ribeirinhos que dependem desse bom relacionamento entre a água e o solo, reclamam principalmente pela falta de um estudo minúncioso e mais aprimorado sobre o tema, seus benefícios e seus prejuízos para pantaneiros e todos os municípios que dependem da produção pesqueira e da boa qualidade dos seus rios para sua sobrevivência e destaca o fim da pesca ribeirinha caso essa lei não tenha algumas modificações.
Debora Calheiros, da Embrapa, apontou para um ponto crucial, que também adverte sobre a boa relação entre o solo e planíce e cita com o caso das hidrelétricas e as barragens, que do jeito que foi projetada essa lei, não deixaria os peixes migrar e com isso a produção alevina seria quase zero.
“A inundação do pantanal hoje, age como um tampão, ou seja essa inundação limpa, totalmente o solo e leva toda a impureza, toda sujeira é retirada, quando o sólo fica seco e pronto o gado consumir a grama que se mantém intacta e sem nenhum dano a saúde do gado e quem consume sua carne. Isso deveria ser da mesma forma com a pratica pesqueira”, disse Débora.
O assoreamento é outro grave problema que assola a vida dos ribeirinhos, que dependem da pesca para sua sobrevivência e sustento da sua família, esse sistema que será implantando caso a Lei 750/2011- seja aprovada e colocada do jeito que está, deverá sem dúvida causar grandes danos a população de baixa renda.